PRETA PEROLA
Quando a vejo, Negra bela
Sussurro aos ventos de Oya
Cantigas suspiradas a capela
E conflitos doutras quimeras
E faz meus pelos arrepiar
Floresce em mim frutos
Pensamentos navegam
Com a dimensão do mar
Refletidas no brilho da pele
Faz-me homem e não bruto
Que me toca negra mística
Como deuses evocados pelo tambor
A busca de caminhos que me leve
Banho-me em suas águas Límpidas
Limpando os aforismos mortos,
Dando brilho e tirando rancor
Aos olhos d’alma é negra essência
Todas mais desenhadas por Oxumaré
Para ser eterna marcada no Olorum
Com graça, pele, cheiro e sabor
Faz da nudez transcendência
Seu brilho é flecha de Ode
Com poção preparada por Oxum
Com ouro, amor e mel
E altera meus sentidos e rumos
Nas corredeiras do rio
Que leva ao oceano de encantos
Onde origem de seu calor é dendê
Seus sonhos de raça é seu céu
Sua natureza negra seu Axé.
Sentir seu corpo falar, é te ler
Seja nessa língua, ou dialetos bantos
Orgulhar-te de sua pele, é saber SER.
SÉRGIO CUMINO - O POETA DE AYRÁ
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