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sábado, 21 de abril de 2012

CAUSA DO MEDO ELEITO

CAUSA DO MEDO ELEITO
O que busca cria a causa
Seu lamento enruga o credo
E faz do gozo náusea
Amanhece sempre amarga
Alimentar obstáculos é efeito
Versão singular da queda
Convívio de tudo que assemelha
Fica em estado de pausa
E as boas vindas que se tarda
E seu desejo rarefeito
A distância do querer alarga
Pelas ondas de um mar morto
Veleja com aragens que roga
Maremotos nos sentimentos
Dos medos que tem elegido
Da intuição ouve ruídos
Um espiral sem rota
Em aguas de um vazio absorto
Não radia mais a pele
Seu destino você que interfere
Culpar o outro que prefere
Na natureza de sua canção
Desafina a vida melódica
Não respira seus rebentos
Por mais que sejam singelos
Inibe o canto do corpo
Navega sem emoção  
Com vontades dizimadas
Do cosmo ignora a logica
Vida escapa pelo vento
Sobre a tutela de um pecado
Que mal entende direito
Justifica o mau olhado
E a solidão da noite calada
Que faz da moral autoflagelo
E funesto tudo que pede
E o olhar cega-se ao universo
Assim crê jamais ser amada.
SÉRGIO CUMINO - POETA DE AYRÁ

6 comentários:

  1. é um poema mais profundo, diz o que queremos dizer mas em parobolas, reflete o pensamento e continua como pensamento, mas a qualidade é sempre super...

    Telma, BH

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  2. Verdade, pessoas costumam fugir daquilo que quer, arrumando desculpas, nada que se diga faz com que se entenda que viver é muito mais que isso, é correr atraz, não desistir nunca, ser firme em decisões e posturas, realmente, para algumas pessoas é mais fácil seguir padrões e mostrar pra sociedade aquilo que não é, do que ser verdadeiramente feliz, sendo o que é, e assumindo aquilo que se quer
    Parabéns querido

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  3. Nesta poesia relata sobre as resistência das pessoas em amar,se refugiando no seu interior e camuflando os seus desejos ardentes com receios de serem frustradas novamente.

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  4. Me senti totalmente dentro dessa poesia
    Meu querido, nunca sei realmente o que dizer sobre a grandeza de tudo que você escreve
    Sou fã incondicional do homem poeta ou do poeta homem
    Um beijo

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  5. Sintoniza com a imperfeição da alma. Começa delirante e permanece obscura a idéia da luz. Já quer fazer um almejar da permanencia distinta do olhar humano, infeliz a negra noite e trevas não vistas. A alma se apregoa inerte e há relances de energias novas. É do modo certo afirmar que com certeza uma linda mensagem surge no coração do desejo humano. Sonhar...

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