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sábado, 14 de maio de 2016

CIDADE DOS INVISÍVEIS




CIDADE DOS INVISÍVEIS

Ser a catarata moral
dos olhos alheios
De uma implosão desigual
E uma explosão desleal
Que olha como se visse
a imagem congelada
de um medo imundo
Ser agressão de seus fantasmas?
Protagonista da sua ilusão?
Hora me olha como nada
Hora me olha como louça
Mas nunca como gente
Porque se sente
Vê-se demente
Nada terno
Fingindo decente
Até sua fugaz realeza
vem das águas de Maria Louca
Com intolerância enrustida
Travestida de olhar garboso
cujas necessidades alheias
lhe expõe a seus infernos
Sartre diz ser os outros
O celebre existencialismo
Não vislumbrou o abismo
Que é a cabeça
De um ser preconceituoso
Perdendo a zona de conforto
Conforta mais vê-lo com irmão
Não como esse prisioneiro
Na masmorra da mente
Que se nega a ideia
que a riqueza
esta nas diferenças
O que muda na cadeira
Que leva com as rodas da vida
Uma nova forma de olhar o mundo
Que a beleza do quadro
Nasce na qualidade amável
dos gestos do pintor.

SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO SP 803

2 comentários:

  1. Muito bom, é como me sinto... a vezes louca....

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  2. Elizabete Nascimento2 de junho de 2016 às 04:23

    Bem descrito como o deficiente enfrenta todos os dias a indiferença alheia por onde passa. A visão de cada um frente a uma situação/deficiência que pode ter, mas jamais se vêem com tais limitações. Imagino que em muitas mentes passam o seguinte: nunca irá acontecer comigo, será? Bom ter pessoas com sua percepção dos que são invisíveis, parabéns!

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