A CATARSE E A PRECE
A pressa anulou a prece
E me perde no limbo
Afoga-se no lodo
Descasos e lapsos
Sem referência do todo
Que um dia teve sentido
Ditames desse desleixo
Roga a mãe nesse contexto
Que me toma de colo
Busca- me o ar
Entalado nos receios
Flore o olhar lúdico
De uma carreira solo
O fruto que a terra alimentou
Fantasias de criança
Que o afeto resgatou
Substrato de muitos insumos
As variantes dos seus solo
Oriundos de outros nortes
Cio da terra de lá
Germina o citrus do sul
Traduz as folias e tristezas
Ostensivas imagens
Os tombos inibem a destreza
Tantas variantes que me perdi
Nesse baralho misturado
Estava os sentidos perturbados
Os padrões de sabotagem
A mãe a seus braços
Deu rota ao carro
Nas noites que me declinei
Joelhos dobrado
Fogo da cabeça
Beijou a terra
O ar ventou a chama
A água se fez lágrima
Devoção e reverência
Ao tempo e o silêncio
Ministros do templo
Deuses adjunto
as ladainhas da solidão
A reza interrompe o vento
Mantra que saía da respiração
Em meio as aves noturnas
Sob a luz da lua
O pio da coruja
Sinaliza o silêncio
Pausa tão longa
Que o café esfriou no bule
Ancestralidade e os costumes
Para entender os meios
E o novo rumo aos fins
Faunas, floras e naturezas mortas
Balança rede do pensamento
A alma se introduz a calma
A mãe do ori da alento
A siesta da memória
A madrugada abençoa calada
O cortejo Alvorada
São os pensamentos pêndulos
Os movimentos da dúvida
Faz-me intuir os signos
Para entender os sinais
Que surgem do nada
E os estigmas da saga
Tem lugar de fala
Pede com a voz embargada
Que a paz vide a mim
Banhe-me nas águas das mães
Amplie as árvores de afeto
Nas florestas de Gaia
Com a proteção de Yamin
SÉRGIO CUMINO
O CATADOR DE RESENHAS