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sábado, 31 de maio de 2025

A CATARSE E A PRECE

A CATARSE E A PRECE


A pressa anulou a prece

E me perde no limbo

Afoga-se no lodo 

Descasos e lapsos 

Sem referência do todo 

Que um dia teve sentido

Ditames desse desleixo 

Roga a mãe nesse contexto 

Que me toma de colo

Busca- me o ar 

Entalado nos receios 

Flore o olhar lúdico

De uma carreira solo

O fruto que a terra alimentou 

Fantasias de criança 

Que o afeto resgatou 

Substrato de muitos insumos 

As variantes dos seus solo

Oriundos de outros nortes 

Cio da terra de lá 

Germina o citrus do sul

Traduz as folias e tristezas

Ostensivas imagens 

Os tombos inibem a destreza

Tantas variantes que me perdi

Nesse baralho misturado

Estava os sentidos perturbados 

Os padrões de sabotagem

 A mãe a seus braços

Deu rota ao carro 

Nas noites que me declinei

Joelhos dobrado 

Fogo da cabeça 

Beijou a terra 

O ar ventou a chama 

A água se fez lágrima

Devoção e reverência 

Ao tempo e o silêncio 

Ministros do templo

Deuses adjunto 

as ladainhas da solidão 

A reza interrompe o vento 

Mantra que saía da respiração

Em meio as aves noturnas 

Sob a luz da lua

O pio da coruja

Sinaliza o silêncio 

Pausa tão longa 

Que o café esfriou no bule 

Ancestralidade e os costumes 

Para entender os meios 

E o novo rumo aos fins

 Faunas, floras e naturezas mortas 

 Balança rede do pensamento

 A alma se introduz a calma

 A mãe do ori da alento 

A siesta da memória

A madrugada abençoa calada 

O cortejo Alvorada

São os pensamentos pêndulos 

Os movimentos da dúvida 

Faz-me intuir os signos

Para entender os sinais

Que surgem do nada 

E os estigmas da saga

Tem lugar de fala 

Pede com a voz embargada

Que a paz vide a mim

Banhe-me nas águas das mães

Amplie as árvores de afeto 

Nas florestas de Gaia

Com a proteção de Yamin 


SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 

                                      

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