O MEDO É O FARDO
Tem alguém aí?
Eu sinto incômodo
Uma provocação
Por que não insulta os de fora?
Me deixa no meu tempo
enquanto mantenho a ilusão
A sua fala vem com ruido
Confunde meu centro
Como os absurdos que coaduna
Perturba os sentidos
Mutila a interpretação
Embaralhando minha emoção
O acasalamento que me forja
do terror e a sombra
Que projeta um melodrama
O armário de delírios
Fatídico e espinhosos
e caprichar com zelo
no tempero dos fatos
E se os dedos forem com os anéis?
A distorção que me arrebenta
Trava percepções por conveniência
Vivo um realismo fantástico
Com a chuva de canivete
Medo o mestre da distopia
da teoria da conspiração
o receio vira recheio da ficção
a morte consorte do viver
É o princípio do temer
A realidade que insistimos negar
Se morremos a cada dia
quando pensamos viver
A fé que se compra pronta
é a mão francesa
que sustenta a ilusão
Pronta para romper
Na cabeça assustada
enquanto o seu templo
se mantém empoeirado
O destino adultera
É cada moção errada
aumenta o peso que carrega
O medo vira mercado
A todo tempo explorado
O pântano de tanatos
SÉRGIO CUMINO
O CATADOR DE RESENHAS
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