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terça-feira, 6 de maio de 2025

O MEDO É O FARDO


O MEDO É O FARDO

Tem alguém aí?

Eu sinto incômodo

Uma provocação

Por que não insulta os de fora?

Me deixa no meu tempo

enquanto mantenho a ilusão

A sua fala vem com ruido

Confunde meu centro

Como os absurdos que coaduna

Perturba os sentidos

Mutila a interpretação

Embaralhando minha emoção

O acasalamento que me forja

do terror e a sombra

Que projeta um melodrama

O armário de delírios

Fatídico e espinhosos

e caprichar com zelo

no tempero dos fatos

E se os dedos forem com os anéis?

A distorção que me arrebenta

Trava percepções por conveniência

Vivo um realismo fantástico

Com a chuva de canivete

Medo o mestre da distopia

da teoria da conspiração

o receio vira recheio da ficção

a morte consorte do viver

É o princípio do temer

A realidade que insistimos negar

Se morremos a cada dia

quando pensamos viver

A fé que se compra pronta

é a mão francesa

que sustenta a ilusão

Pronta para romper

Na cabeça assustada

enquanto o seu templo

se mantém empoeirado

O destino adultera

É cada moção errada

aumenta o peso que carrega

O medo vira mercado

A todo tempo explorado

O pântano de tanatos

SÉRGIO CUMINO

O CATADOR DE RESENHAS

 

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