LAPSO
A certeza sofreu uma tocaia
Soube de fonte insegura
Quando jurava está tudo certo
instantes de tocar o assoalho
Já não tinha mais jogo de cintura
Era uma inflamação moral
Que percorre a coluna vertebral
Balbucio , era o estômago
que pressentia a falta de algo
-Sequestraram os afetos
E tudo que tem de precioso e terno
Estava fora de contexto
Parecia ser eterno
Porém nada original
O que vaga o relato
Ou era um sonho mal intencionado
Qual a base do pretexto
a ilusão afrontou os fatos
Melhor sentar antes de levantar
Para a razão nutri uma distopia
Depois que a convicção
Bambeou as pernas
Tem que respirar primeiro
Essa realidade distorcida
metatarso toca a cerâmica fria
Faz frente ao surreal
E não era carnaval
Um pé depois o outro
longe de ser mestre sala
Numa discussão temporal
E o café esfriou na xícara
Parece ser aí que complica
A dúvida soma-se ao perplexo
Trauma moderno ,
ou seu próprio inferno ?
Desmorona o castelo de cartas
Adestraram a percepção
Para aplacar interesses
As voltas num círculo vicioso
Quando sente uma brisa amarga
Sinal que a saudade está ferida
Tornaram duvidosa a reputação
Será profanação, programada
Rima tosca, perverso e verso
Aversão intensifica a odiosidade
Num cortejo de paranoias.
Funde-se pavor e gozo
As falácias da raiva
e desova o corpo da cognição
Em algum descampado da memória
SÉRGIO CUMINO
O CATADOR DE RESENHAS
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