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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

ATOLEIRO DA EXISTENCIA


ATOLEIRO DA EXISTENCIA



Metamorfose dos homens

Da terra da garoa para

Terra dos alagados

O sonho de contos de fada

Príncipe vira sapo

Todos de mãos atadas

Pesadelo urbano é fato

Empoçada dignidade

Homens tornam ratos

Deixando sua vida

Submersa as águas mescladas

Não importa cor ou idade

Todos mergulhados no encontro

Melancólico da cidade

Das chuvas, esgotos e córregos

Quantas almas foram levadas –

Antonio Ramos deixa saudades

Amigo não se foi sob avalanche

Resistiu a todo o trauma.

A agonia do afogamento

Arqueologia da violência

Surrealismo do congestionamento

As crises da existência

O que encerrou com seu carma

Foi Vírus da urina do peçonhento

Sinto minha alma cansada

Vivemos o caos e a desordem

joga-se crianças na lama

no atoleiro do morro que cai

somos submersos do descaso

Veja se há cabimento

a falta de governança

mesma água que da a vida

supre a nossa sede

e torna nossa saúde amada

elimina-nos de morte matada

Do caos do corpo publico

Das profundezas da incompetência

Emergem os lixos e outros dejetos

Da cidade que não foi projetada

Deixa-nos cegos e sem afetos.


Sérgio Cumino

3 comentários:

  1. Lamenta o autor a dor de tantos!!!, com tão profunda realidade, consciência política, e emoção.. delicada.
    Quem dera! Seu repúdio poesia, chegasse como homenagem aos mortos da tragédia!

    Beth Olive, mais que solidária! hoje chorando!

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  2. isso é uma vergonha, nossos governates com certeza estaõ ocupados fazendo reuniões para defenir seus altos salarios de marajás, enquantos aqueles que os elegeram estão chorando a perda dos seus, acorda BRASIL!!!!!!!!!!!!!! LEOZINHA

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  3. Planeta Água (Guilherme Arantes)

    (Água que nasce na fonte
    Serena do mundo
    E que abre um
    Profundo grotão
    Água que faz inocente
    Riacho e deságua
    Na corrente do ribeirão...)
    (Águas que movem moinhos
    São as mesmas águas
    Que encharcam o chão
    E sempre voltam humildes
    Pro fundo da terra
    Pro fundo da terra...)
    A natureza se move, ocupa seus espaços, o homem,a violentou, humilhou e explorou, esquecem que Gaia é vingativa, perdoa, mas não esquece e chega uma hora que ela se sacode como animal raivoso, e o preço como em todas as eras, é o sacrificio de inocentes imolados em razão de tantos abusos... Estamos vivendo um momento crítico, onde a dor se faz presente pela perda de amigos nestas catastrofes, mas acredito ser este apenas o começo de uma cobrança de uma divida que temos com Gaia, que vem sendo empurrada com a barriga, por ser ela mãe , acreditamos que seu amor e paciencia são sem limites...Ledo engano, ela é essencia de todos os sentimentos e sentidos.
    Temos governantes inaptos, relapsos e povo acomodado. Vemos por todos os lados tragédias anunciadas, os politicos estacionam em seus interesses pessoais e o nosso povo estaciona em sua incapacidade de entender seus direitos como cidadãos de um pais e seus deveres como ser do universo. O povo é desrespeitado pelo governante que o representa e o deveria proteger , ja que presupoem-se que seja capacitado para tal, e o povo erra em achar que a responsabiliodade por tudo possa ser direcionada a tal governante, pois ao desrespeitar os limites impostos pela natureza ela invade um espaço que cedo ou tarde será requisitado.
    O que fazer?....Lamentar....e com a sensibilidade que você tem meu amigo querido, sei que sente a dor,,,,,A dor do povo, a dor da perda de seu amigo. A dor de Gaia.

    Um beijo , desta amiga ausente que te admira demais.

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