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sexta-feira, 4 de março de 2016

ESTIAGEM DO DESEJO




ESTIAGEM DO DESEJO

Mal se deu o fulgor da emoção
Que fez da   ação poesia e projeção
Ainda nas badaladas do sino
Como especialista em frustrar sonhos
Fez dos mais puros gestos, desilusão.
Fez do belo, sórdido e enfadonho

Um ritual da bem-aventurança
rompido, pelo ego sem  rumo
 Loucura, marionete  ou pajelança? 
Malquerer  nas pontas  dedo, 
que derrubou-nos  do prumo
Ato perverso criador do medo

Dedos que resiste ao anel.
A união, cópula e poesia.
Lago sem oxigênio, sem mel.
Longe de tudo que descobrimos
buscar o novo que mais valia
as mãos dadas para sentirmos

Rogo ao Deus do trovão
graça que me faz lutar 
inclino-me com devoção
acende  minha alma ágil
para que continue amar
Com a tolerância do sábio

Força divina que tudo sabes
Pontos de desaponto são fatos
 já sem  potência sem bases
que o desígnio  nos arremeteu
O poema é prenuncio do ultimato
 E o Torpe  dedilhar é jubileu

Meu Embate de toques perdoa
Que vive como Tristão a dor
Noite e dia, fogo que não apaga.
Mesmo com adágio que atraiçoa
Contraponho o sombrio com amor
Minha mão não bate, afaga.
                                           
Torna nossa vida monte salina
Hão de renascer  em conto de fadas     
O belo transcende e limpa o olhar.
Por ela, por mim, e novas trilhas.
Resgatará o sentimento que afaga
cada dia aprendendo jeitos de amar

Rogo que não seja epílogo
Essa tortuosa forma de remate,
Coração  perverso, que seja vencido
porque apagar a memória
 valerá se depois do embate
Extinguira o falseio pela força do tempo

SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO SP 803

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