METÁSTASE URBANA
Procura nas estrelas
O que privam no entorno
Projeta-se aos céus
O que intui ser esperança
Não há barganha nem trato
Reverencia, pernas se curvam
É costume ralar-se no chão
O silencio dos olhos bradam
Pelo estigma da força cadente
Encurralado como metástase
Lei branca tanto oprime quanto sela
engasga-se todo dorso
Prenuncio que o torna réu
Olhares espetam como lança
Mão na cabeça encosta no barraco
Até o bagaço lhe sugam
Rotina patrulha a sina de cão
Como, bituca dignidade tragam
Medo range os dentes
Na periódica catarse
Esmagado como quirela
No subsolo do poço
Desse lodo é pesca de cartel
Seja do pastor da ganância
Do crime de irmão carrasco
tantas forças que te curvam
Proselitistas da alienação
Que tiver as vistas apagam
Em prol de contas correntes
Sangue o combustível base
Para não ser vela de capela
É viver a tensão do desgosto
Sob o ferimento do capitel
Guiado pela ponta da lança
Forçado ao sonho casto
Mofado dentro do sótão
Por estar no olho do vulcão
Assim as perspectivas vagam
Pela ferida da vida excludente
Até o dia que lhe embarque
SÉRGIO CUMINO - CATADOR DE RESENHA
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