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sábado, 13 de maio de 2023

METÁSTASE URBANA

 METÁSTASE URBANA 

 

Procura nas estrelas 

O que privam no entorno 

Projeta-se aos céus 

O que intui ser esperança 

Não há barganha nem trato 

Reverencia, pernas se curvam 

É costume ralar-se no chão 

O silencio dos olhos bradam 

Pelo estigma da força cadente 

Encurralado como metástase 

 

Lei branca tanto oprime quanto sela 

engasga-se todo dorso  

Prenuncio que o torna réu 

Olhares espetam como lança 

Mão na cabeça encosta no barraco 

 Até o bagaço lhe sugam 

Rotina patrulha a sina de cão 

Como, bituca dignidade tragam 

Medo range os dentes 

Na periódica catarse  

 

Esmagado como quirela 

No subsolo do poço 

Desse lodo é pesca de cartel 

Seja do pastor da ganância 

Do crime de irmão carrasco 

tantas forças que te curvam  

Proselitistas da alienação 

Que tiver as vistas apagam 

Em prol de contas correntes 

Sangue o combustível base 

 

Para não ser vela de capela 

É viver a tensão do desgosto 

Sob o ferimento do capitel  

Guiado pela ponta da lança 

Forçado ao sonho casto 

Mofado dentro do sótão 

Por estar no olho do vulcão  

Assim as perspectivas vagam 

 Pela ferida da vida excludente  

 Até o dia que lhe embarque  

 

SÉRGIO CUMINO - CATADOR DE RESENHA 

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