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segunda-feira, 15 de maio de 2023

SENHOR LÍRIO - MISTÉRIOS DO ENCANTADO

 SENHOR LÍRIO - MISTÉRIOS DO ENCANTADO 

 

Trotar tudo ensina nessa lida 

Pelo brejo, serrado e vale 

Tem penúria de ribeirinhos  

Penitência de romeiros  

Os cabimentos dessa lira 

Dessa fé misturada  

Sabe reza de bicho  

E dos pássaros da alvorada 

Quando a dúvida toca peito 

Deita-se em sinal de respeito 

E a têmpora encosta a terra 

Num encontro brando 

Silencio pede calma 

Ouvi o que a mãe falar 

Sabedoria dos antigos 

Vem do fundo ao profundo 

Entende o recado dado 

Benze-se em nome do pai 

Salda o santo protetor 

Que garante a jornada 

Sabe ouvir e escuta o dia inteiro 

Do caixeiro, vaqueiro, muleiro  

Sua Benção é respeitada 

Servindo toda ocorrência 

E preenche o tempo e espaço 

E a condução do gado 

Fogueira sob alua cheira 

Surge branca como reverencia 

Nos corações da comitiva 

Faz tênue a Querência  

na lonjura da saudade 

A lida dos filhos do tempo 

Tantas bandas de para lá 

Imagino que numa noite dessa,  

Reza lenda da poesia intuitiva 

A fé sempre foi seu instrumento 

Diante dos mistérios do nevoeiro 

 a vida e o indeterminado 

Como determinação divina 

Liberta-se do passado 

Preludio que veio acatar  

Transição a massa branca 

a névoa o torna encantado 

Seu signo o Lírio da Paz 

Nasce o caboclo boiadeiro  

Sob o manto de Oxalá 


SÉRGIO CUMINO – CONTADOR DE RESENHA 

poema dedicado ao Pai Mauricio de Oxalá e seu Caboclo Boiadeiro Senhor Lírio do Campo

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