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quinta-feira, 10 de outubro de 2019

DOENTE CONTINENTE

 DOENTE CONTINENTE

Que deixamos de precaver
Avaliar os pontos estimados
Aqueles jamais suspeitados
Deste corpo continente
Ignorando a ordem planetária
Camuflado em nuvem de fumaça
Não importa a ferida exposta
Que se expande como pólvora
Desmatada, queimada e na bala
Somos parte dessa pulverização
Antibiótico no diagnóstico errado
E perde sua força regenerativa
E passa a ter ossos de vidro
Que se solta em lascas
Na fricção das articulações
Escorre pelo ralo a soberania
A ponto dos entraves
Sem o óleo negro das juntas
Precária compulsão a minerais
Torna o estado um mercado
O pensar em expectativa de vida
Sob os danos e ameaças dos indicativos
Químicos e radioativo no fluxo sanguíneo
Que outrora era o curso das águas
Por hora de dejetos espumantes
Vindo dos desejos governantes
De desmandos indigestos
Na base da pirâmide somos descarte
A ilusão deixemos  as expectativas
Mudança climática é mau sintoma
O efeito estufa não respira esperança
Por conta dos dióxidos e seus sócios
Que se espalham como correntes fascistas
Atolamos naqueles do contra
Nova perspectiva de como tudo é
Devaneios da miséria atormentam a mente
Para não identificar o oponente
Mecenas do mundo desigual
Quando a medicina não tem saúde
joga indigência à higienização
Muda-se a vitrine da estética da fome
Afinal o que era médio tornou ralé
Mantém a empáfia do emergente
E a vaidade suscetível morre sem ar
Falece com desenvolvimento insustentável
O que ainda torna tudo improvável
Na fé e luta a cura possível
Virá dos conhecimentos divergentes
De uma revolução molecular

SÉRGIO CUMINO – Poetiza-se na Cultura da Paz

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