CANÇÕES DO AROUCHE
As arvores bailam
Como moças em festa
É a arena do Arouche
Ao som das raízes
sagradas
Cantigas de Chicha
Ecoam como Pao
Dos rituais noturnos
Aos espíritos da
praça
guardiões a floresta
de pedra
Onde a Ginga do
malandro
É o enredo dos
cruzamentos
Divindades
centenárias
E todas as lendas do
Arouche
Testemunham os
flertes
a brisa e a fumaça
Seus pontos e
encontros
De engraxates, poetas
E senhoras
paulistanas
Misturam-se a banca de
flores,
De amores e lamentos
De jovens e seus gêneros
militância da
diversidade
Outros tantos
desafetos
Do proletário
vira-lata
O tempo se grafa
Na escrita dos caules
E os olhos dos
troncos
São marcas de açoites
Mata que a cidade
mata
Câmbios das paragens
Ao olhar de Luiz Gama
dendês se espalham
como forma de
resistência
as sombras da triste
fuligem
Nessa terra de
descarte
temporão e marcada
pelo estigma dos
tempos
Onde os desolados sem
teto
fazem guarida na
noite
a praça sua cama
protegidos ao relento
Da escória da história
em vias de travessia
Descritas em troncos
mortos
Arte e os demais interagem
Entalhos que acomodam
Os role a benção da
Anciã
Veterana da Mata
Imponente de dez
andares
Chama-nos a praça
De vibrações e magias
Acolhe-nos como graça
Protege-nos do
entorno
De concreto e seus
adornos
SÉRGIO CUMINO –
OBSERVATÓRIO 803
Um entorno belíssimo e cheio de graça, ficar a contemplá-lo é uma grande experiência. A magia que emana das árvores envolve a tudo e todos que por ali se aventuram, seja por alguns instantes ou para contemplar e desfrutar dessa energia. A vida pulsa intensamente no nosso querido Arouche.
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