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terça-feira, 14 de agosto de 2018

O BOLHA

O BOLHA

Um ser submerso
Em seu porto seguro
Uma vesícula fadada
Espectro submisso
subversivo, incisivo
para dentro do umbigo
Distante da ação arcada

Um câncer do ego
que ninguém governa
Que expressa pela boca
O seu olhar cego
Banal de ímpeto social
É sua bandeira de luta
A tese do seu pleito

Sua imagem refletida
Na parede de plasma
De textura gosmenta
Assim identifica seus pares
Sintoniza-se ao canal
Mas não forma hordas
Restrições da vaidade

Eloqüente e discursiva
Espécie de gorfo
Sobe-lhe o gosto
De dar sua sentença
Ao qual todo resto
É pensamento indigesto
Conectivo de sua disputa

Uma bola no estomago
De ideal tosco
O complexo de Édipo
Travestido deu sua soberba
Percorre o mundo
Projeta seu peito
Caminhadas largas

Vocifera seu litígio
O arauto do espelho
E flecha sem meta
Para nada alcançar
E sim o que enxergar
Para dentro da pança
Como rato na esteira

É celebre analfabeto
Em versos de Brecht
Entre a dialética pura
E sua bolha casinha
Esta fumaça do charuto
No palanque das veredas
Do cabaré dessa vida

SÉRGIO CUMINO – PCD -POESIA COM DEFICIÊNCIA

  


2 comentários:

  1. Elizabete Nascimento14 de agosto de 2018 às 17:47

    Sou a indignação em pessoa por ver como o mundo está recheado de "bolhas". Assim seguem as neuroses humanas entre os achismos e a realidade da humanidade.

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  2. Vixe, forte o texto e verdadeiro, realmente tem bolhas espalhadas por too universo

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