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quinta-feira, 2 de agosto de 2018

ATOR



ATOR


A diversidade militante
Espírito impulsivo, pulso orquestrado
É o jogo do tablado, entre belo e feio
O Arauto e o mal falado
Drama mastigado do texto digerido
As vísceras de seu duplo
Hora flor, outrora dor
Faz do convicto perplexo
Leva a luz seu foco afinado
Como alegria de partido alto
Do inquisidor é o fogo
Da bruxa todo encanto
Germina seres com quereres
Intenções e estereótipos.
Em liturgias com crismas pagãs
No breque da pausa de Beckett
Canta ladainha verborrágica
Vive cerimônia e equilíbrio
Faz-se absurdo o aristotélico
Reflete a cena dialética
Vive o olhar nobre no plebeu moral
Resgatando do baú sem fundo
O burguês em pleno orgasmo econômico
O Quixote suspirando sonhos
No tablado seu templo
Celebra a áurea do saber
No entorno da fogueira
Da criação antropofágica
Entrega-se a orgia da ciência e filosofia
Com foco aberto na alma
 Corpo vivo e quente,
Sua voz vociferando literatura
Sussurrando brados
Sob desejos e obstáculos
É a gaivota no seu mergulho
É filho e conseqüência
É pai, mãe e criação
É ator.


SÉRGIO CUMINO   - PORTAL DELL ARTE


Um comentário:

  1. Elizabete Nascimento3 de agosto de 2018 às 13:30

    Pessoa de rara percepção e com visão apurada, isso é ser ator. Existem várias pessoas em uma só, vive suas personagens dando o seu toque pessoal e sua interpretação. Olhar quixotesco, te saúdo ator e poeta.

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