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quinta-feira, 2 de agosto de 2018

CHUVA DESNUDA




CHUVA DESNUDA

Silêncio que se instala
Prontidão é o aguardo
Faz dos ruídos, ouvinte
Ao canto das águas
E a vida celebra a vida
E os pássaros a espera
Uníssono coro
a opereta de alerta
Ribalta das copas
Ornamentam florestas

Diante da abundancia divina
Cada qual enche a vala
Conforme a sina
O úmido das sombras
é a carência do sagrado
Recluso na parábola
que a mente cria
é o árbitro do medo

E as poças possam
segredos e reflexos
como espelhos de moças
que ajuízam mistérios
por ondas dançantes
na extensão dos lagos
ao mergulho espalhados
múltiplas  gotas celeste
que se espalham
partindo de um centro

Assim nutrem as hortas
escorre por folhas
confortando preces
oriundas do campo

De um lado afaga
Do outro alaga
Vilas e quebradas
Refugiam as hordas
de  molhadas fabulas
Reclusas nos centros
Sob beirais
Sobre ponta dos pés
Como bailarino acuado
que preserva os jornais
que aquecem seu solado

Que emerge lembranças
Em estrofes da solidão
Hora chuva do pensamento
E conduz a meditação
Há chuva de tormentos
Outras que evocam
Sublimes e libertários
Pulsantes relâmpagos
Incisivos raios

Assim me integra ao mito
E intimo sagrado.
Mas essa chuva é musical
Reverbera sua poesia
Acordes de um samba canção

SÉRGIO CUMINO - OBSERVATÓRIO 803



Um comentário:

  1. Elizabete Nascimento2 de agosto de 2018 às 14:41

    Linda melodia sua poesia reveladora da inconstância do expectador que tira da chuva um observatório de emoções. A dualidade das percepções aqui vem descrita com máxima sensibilidade e leveza. Embarco nessa viagem meditando pulsante e assim celebro a vida .

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