CHUVA DESNUDA
Silêncio que se
instala
Prontidão é o aguardo
Faz dos ruídos,
ouvinte
Ao canto das águas
E a vida celebra a
vida
E os pássaros a
espera
Uníssono coro
a opereta de alerta
Ribalta das copas
Ornamentam florestas
Diante da abundancia
divina
Cada qual enche a
vala
Conforme a sina
O úmido das sombras
é a carência do sagrado
Recluso na parábola
que a mente cria
é o árbitro do medo
E as poças possam
segredos e reflexos
como espelhos de
moças
que ajuízam mistérios
por ondas dançantes
na extensão dos lagos
ao mergulho
espalhados
múltiplas gotas celeste
que se espalham
partindo de um centro
Assim nutrem as
hortas
escorre por folhas
confortando preces
oriundas do campo
De um lado afaga
Do outro alaga
Vilas e quebradas
Refugiam
as hordas
de molhadas fabulas
Reclusas nos centros
Sob beirais
Sobre ponta dos pés
Como bailarino acuado
que preserva os
jornais
que aquecem seu
solado
Que emerge lembranças
Em estrofes da
solidão
Hora chuva do
pensamento
E conduz a meditação
Há chuva de tormentos
Outras que evocam
Sublimes e
libertários
Pulsantes relâmpagos
Incisivos raios
Assim me integra ao
mito
E intimo sagrado.
Mas essa chuva é
musical
Reverbera sua poesia
Acordes de um samba
canção
SÉRGIO CUMINO - OBSERVATÓRIO
803
Linda melodia sua poesia reveladora da inconstância do expectador que tira da chuva um observatório de emoções. A dualidade das percepções aqui vem descrita com máxima sensibilidade e leveza. Embarco nessa viagem meditando pulsante e assim celebro a vida .
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