ESSE BLOG NÃO PERTENCE SÓ AO POETA, ELE É DE TODOS NÓS

domingo, 25 de novembro de 2018

CAVALEIRO DE RODAS




CAVALEIRO DE RODAS

O pânico dos vulneráveis já tem estatística,
Após violar o quadro de natureza morta
Lançou-se a rua que se quer ladrilharam
Dando rodas para que te rodes
 E o drible da vaca,nas  valas escancaradas
tantas bocas desdentadas nessas paralelas
preferencial não passa da via transversal
e desce o intruso de rodas pela banguela
Em meio condutores de vidas cegas
aos berros vociferam ódio ao vento
loteria no transito a freada opressora
como naufrago no caos e sem acesso
pede perdão estrangulado pela culpa
A frente do cortejo de seres impaciente
Quixote em seu Rocinante de rodas
Nas corredeiras da empáfia
Cuja curva acumula salivas
Mistura-se a virose das babas
Dessa autarquia que castra
Cavaleiro andante afere suas rodas
Na batalha de buzinas das beatas
O pânico das famílias  tementes
principio da realidade dos dementes
Expressam de suas vísceras flácidas
-O que fazem na rua atrapalhando o fluxo?
-Precisamos vir no livro sagrado, lá deve
Especificar onde é deposito de aleijados.
Escaparam das fendas da cidade em ruínas
Durante o grito do olhar do preconceito
Que atravessa a alma como vergalhões
Viadutos e pontes são artérias rompidas
A Implosão arquitetônica indeferiu acessos
O império do descaso se compõe sem rampa
Subjetiva eloqüência é concreto e armado
Egoísmo urbano sobrepõe o humano
Com os louros da vida excludente
Assim como o sorriso do passeio maltratado
Desvia o olhar diz ao assessor abafa o caso,

SÉRGIO CUMINO – PCD – POESIA COM DEFICIÊNCIA


Um comentário:

  1. Profundas feridas abertas na sociedade que ignora as pessoas com deficiência. Melhor fazer de conta que nós não existimos e muito mais, fingem não nos enxergar. Para que fazer valer os direitos daqueles que permanecem na obscuridade da sociedade hipócrita da discriminação. Um grito de impotência rasga as vozes por direitos renegados, edificações na aparelhagem urbana que não nos recebe e teimamos, existimos sim e queremos vivenciar o todo. Nada nos favorece, toda saída de casa é uma aventura sem precedentes, calçadas, transporte, instalações edilícias, porém o humano é o que nos corrói por dentro. A indiferença maltrata. Seu poema salienta uma doença crônica da nossa sociedade falida, erguida em preconceitos. Tenho um grande apreço por seu discernimento e agradeço por levantes nossa bandeira.

    ResponderExcluir