CAVALEIRO
DE RODAS
O
pânico dos vulneráveis já tem estatística,
Após
violar o quadro de natureza morta
Lançou-se
a rua que se quer ladrilharam
Dando
rodas para que te rodes
E o drible da vaca,nas valas escancaradas
tantas
bocas desdentadas nessas paralelas
preferencial
não passa da via transversal
e
desce o intruso de rodas pela banguela
Em
meio condutores de vidas cegas
aos
berros vociferam ódio ao vento
loteria
no transito a freada opressora
como
naufrago no caos e sem acesso
pede
perdão estrangulado pela culpa
A
frente do cortejo de seres impaciente
Quixote
em seu Rocinante de rodas
Nas
corredeiras da empáfia
Cuja
curva acumula salivas
Mistura-se
a virose das babas
Dessa
autarquia que castra
Cavaleiro
andante afere suas rodas
Na
batalha de buzinas das beatas
O
pânico das famílias tementes
principio
da realidade dos dementes
Expressam
de suas vísceras flácidas
-O
que fazem na rua atrapalhando o fluxo?
-Precisamos
vir no livro sagrado, lá deve
Especificar
onde é deposito de aleijados.
Escaparam
das fendas da cidade em ruínas
Durante
o grito do olhar do preconceito
Que
atravessa a alma como vergalhões
Viadutos
e pontes são artérias rompidas
A
Implosão arquitetônica indeferiu acessos
O
império do descaso se compõe sem rampa
Subjetiva
eloqüência é concreto e armado
Egoísmo
urbano sobrepõe o humano
Com
os louros da vida excludente
Assim
como o sorriso do passeio maltratado
Desvia
o olhar diz ao assessor abafa o caso,
SÉRGIO
CUMINO – PCD – POESIA COM DEFICIÊNCIA
Profundas feridas abertas na sociedade que ignora as pessoas com deficiência. Melhor fazer de conta que nós não existimos e muito mais, fingem não nos enxergar. Para que fazer valer os direitos daqueles que permanecem na obscuridade da sociedade hipócrita da discriminação. Um grito de impotência rasga as vozes por direitos renegados, edificações na aparelhagem urbana que não nos recebe e teimamos, existimos sim e queremos vivenciar o todo. Nada nos favorece, toda saída de casa é uma aventura sem precedentes, calçadas, transporte, instalações edilícias, porém o humano é o que nos corrói por dentro. A indiferença maltrata. Seu poema salienta uma doença crônica da nossa sociedade falida, erguida em preconceitos. Tenho um grande apreço por seu discernimento e agradeço por levantes nossa bandeira.
ResponderExcluir