PISO TÁTIL SEM TATO
Nem pense que é fácil
o mestre da Resiliência
fraqueja com esse descaso
fadado ao direito forjado
inventivo senso prático
extingue devota paciência
Não requer se quer o que
Enxergue ou se distingue
indiferença lhe faz presença
Formas garrafais na mente
Segue o piso tátil à parede
A ruptura de toda rede
lhe tira qualquer opção
deixa-o a mercê dessa roleta
dos cinismos da civilização
Estado de falência prudente
De um sistema dissimulado
Que não enxerga o cego
nem o que fala a bengala
Mas embargado de boa ação
Inaugura qualquer canalha
retrata uma coisa que é fato
Surge do coração do invisível
Não ver a visão vergonhosa
passa pela equação dos passos
Nesse passeio do previsível
Até o vento é testemunha
Pausa na fala revela o retido
Para armar passo em falso
não requer audiodescrição
que o desconforto é latente
teatro do cochicho indiscreto
e a fragrância exala o
ostentado
se quer notam que o sentido
vai alem do rejeitar olfatos
pelo qual justifica o disfarço
conflitos sutis chegam ao
ouvido
Oh seres engravatados;
Comportas as cegas sociológica
mas que falta de percepção
cognitivo milita a audição
A incógnita dessa escuridão
perdido a visão mas não o foco
Tato perplexo da linha tênue
Entre ser um ser diferente
E jamais ser um ser igual.
SÉRGIO CUMINO – PCD – POESIA COM
DEFICIENCIA
O piso que deveria guiar, porém desvia caminhos, sendo mal traçados pelos videntes que os projeta para acessibilizar as vias de quem dele necessita para deambular com dignidade. Percepção das falhas do meio que cada dia mais exclui. O papel aceita tudo e trás grandes conquistas, porém apenas ali faz lei e segue desafiando e demonstrando o quanto o sistema é inquisidor e difere. Palavras como essas expõe as falhas e agregam valor a uma luta literalmente as escuras.
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