QUE A PERVERSÃO RESISTA
Perversa que expressa
Insígnias cátedras
Rebela subjugada
Ao pacto da missa enfática
quando corpo desdenha
das diretrizes o dolo
Mas seu desejo ateu
se isso, serve de
consolo
Ou complicou a nave?
Que quase empoderava
Qual providencia?
Sei lá! Tenha paciência
Plexo libertário extrínseco,
Sem limitações
temporais,
Leva sexo ao espaço.
Subverte o pleito
Com âmago do peito
O que diz respeito
mais que gerar prole
Voar ao sagrado
Amando no cosmo
Portanto perverta
Não cole ventre livre
Com idéias de castidade
Neutraliza o sublime
O destino imprime
No papiro com a pele
Escreve em versos
Falsos provérbios
Monstros perversos
Que inveja estrangula
A liberdade do instinto
Embarga seus gritos
Contra suas culpas
Chave da repressão
Não seja retenção
E que abram cadeados
das correntes do ego
SÉRGIO CUMINO – POESIA COM DEFICIÊNCIA
Essa semana eu, a Claudia Borges e a Unyc Dias, conversamos sobre esse assunto e hoje fomos brindadas com esse belo poema. Apoiada na teoria Freudiana verificamos as praticas que excluem ou impedem a procriação trás uma oposição à continuidade da cadeia de reprodução e a dominação paterna. As perversões parecem rejeitar a escravização do ego do prazer pelo ego da realidade. Assim proclamam a liberdade instintiva num mundo de repressão, visualizando uma forte rejeição do sentimento de culpa que acompanha a repressão sexual. Em nome do principio do prazer, as perversões revelam uma profunda afinidade com a fantasia que foi conservada imune ao teste da realidade que a oprime.Contra uma sociedade que emprega a sexualidade como um meio para um fim útil, as perversões defendem a sexualidade como um fim em si mesmo desafiando seus próprios alicerces. Gostoso é ler um poema que além de encantar pela sua plástica construtiva nos leva a repensar conceitos que tentam nos impor astuciosamente.
ResponderExcluir