ANJO LIBERTÁRIO
Negou-se emissário regente
dos atordoados do opio
Fiel a verdade e integridade
A plenitude viu-se abalada
Entre os passeios avariados
Uma tocaia inesperada
Por veredas cambaleado
Que alucinou o amor
que tropeçou em ciladas
Nas arapucas do mal caminho
Circunstâncias que simula o acaso
Em jornadas de caso pensado
Levaram-nos a rotina sem sabatina
Proibindo a vontade crítica
Guardião lutou contra o mundo malvado
Desde a tenra inocência do berço
As rugas do tempo sem idade
Com desencontros sem supostos
Rapinaram a bússola em algum beco
Para desorientar a sina
Mesmo assim me protege sem lamparina
Tateando pelo limbo a busca dos sentidos
Cuida-me na medida do impossível
Como cordel desses imprevistos
Um terço sem ladainhas
Não teve fuga desse garrote
Nem do olho do furacão
Que a foice aos fatos
Dos assassinos de cristo
Quando anjo e protegido
Veem-se perdidos
Nas glorias da hipocrisia
Que ampara o medo engajado
Letrado no ódio
Lâmina da guilhotina
Afere as asas do anjo cansado
Vitimados do sequestro sem resgate
Segue a jornada sem espólio
Amargando a esperança
Com traições da dúvida
que se busca no profundo ateísmo
Qual cela que prenderam o destino?
Até o machado da justiça
Tem seu cabo mutilado
Tiraram o direito ao contraditório
Com a distorcida realidade
Mas o protetor determinado
Mostrou a fé nessa nevoa cética
E sua espada que dilacera a injuria
Rasga os conclames da parcimônia
Cerimonia desse abate
Tiraram-nos a ação presente
Com a intolerância sem medida
Pesador a dor que não sente
Fez pequeno o olhar de Sade
Quando corrompem o espírito
Mas meu guerreiro alado
Sem medo de perder as asas
Impede estrangular a subjetividade
as ações dos verbetes dominantes
O anjo é a alma da resistência
Para que liberdade seja o sagrado.
SÉRGIO CUMINO – O PAULISTANO CAIÇARA
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