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terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

NAÚFRAGO DA ORLA

NAÚFRAGO DA ORLA

Ao levantar ancora 

A voz da razão se perde

Emudece, paralisa a ação

- Sou temor que lhe atenta,

A voz que rebenta 

 Da sombra do seu porão


Porém, há sempre um porém 

A tempestade se forma,

 sem uma nuvem no céu

O proeiro se perde da proa

A presunção fica aquém

na rota da incoerência


és âncora que não sai do chão 

Não há onde chegar

Quando o guia é a decepção

Essa paralisia apática 

E modelação estática 

O medo é seu artesão


Sem saída , sem chegada 

A paixão e seus rompantes

Perdem-se no nevoeiro do pensamento

É Naufrago do porto inseguro

Todos esforços em vão

Procura nas gaivotas a direção


Afere uma profunda solidão

Ancorado na orla rasa

Não discerne causa e efeito

 predestinado a pedir bença

no mundo de falsas crenças.

Aos piratas de terra seca


Sob a luz das estrelas

Quando vislumbra a direção

Não sabe se de Davi ou Salomão

Parecia um farol de navegação

Posta-se de joelhos em oração


Marujo cético vislumbra

Que seu navegar é impreciso

Passa o leme a intuição

Em busca do sonho perdido

Despede-se das marolas, 

depois as ondas de contenção


Rumo aos mistérios 

dos oceanos dentro de si 

Na magia dos sete mares 

Transcendem seus pecados afins

Despede-se das prosas

À navegar num mar de poesias


SÉRGIO CUMINO –

 CATADOR DE RESENHAS///


 

           

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