NAÚFRAGO DA ORLA
Ao levantar ancora
A voz da razão se perde
Emudece, paralisa a ação
- Sou temor que lhe atenta,
A voz que rebenta
Da sombra do seu porão
Porém, há sempre um porém
A tempestade se forma,
sem uma nuvem no céu
O proeiro se perde da proa
A presunção fica aquém
na rota da incoerência
és âncora que não sai do chão
Não há onde chegar
Quando o guia é a decepção
Essa paralisia apática
E modelação estática
O medo é seu artesão
Sem saída , sem chegada
A paixão e seus rompantes
Perdem-se no nevoeiro do pensamento
É Naufrago do porto inseguro
Todos esforços em vão
Procura nas gaivotas a direção
Afere uma profunda solidão
Ancorado na orla rasa
Não discerne causa e efeito
predestinado a pedir bença
no mundo de falsas crenças.
Aos piratas de terra seca
Sob a luz das estrelas
Quando vislumbra a direção
Não sabe se de Davi ou Salomão
Parecia um farol de navegação
Posta-se de joelhos em oração
Marujo cético vislumbra
Que seu navegar é impreciso
Passa o leme a intuição
Em busca do sonho perdido
Despede-se das marolas,
depois as ondas de contenção
Rumo aos mistérios
dos oceanos dentro de si
Na magia dos sete mares
Transcendem seus pecados afins
Despede-se das prosas
À navegar num mar de poesias
SÉRGIO CUMINO –
CATADOR DE RESENHAS///
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