PALAVRA ROUBADA
A palavra foi abolida
Do seu lugar de fala
Desnorteando seus sentidos
As parodias e prosódias na vala
E os fatos ficam o dito pelo não dito
Dilema do conflito verossímil
O balaio do palavrado
Rito verborrágico da bravata
Ideias palavrosas e toxicas
Não há compaixão muito menos empatia
Se a palavra chave é resistência
A confusão do pretexto
Arregimenta-se fora de contexto
Algoritmos sequestram a palavração
Tem as silabas e fonemas sob dominação
A palavra dada é corrompida
Rebatizada e burlada
E os fios da meada ,perdidos
Pela tal incoerência armada
Sabem que a palavra é espada
Sequestrada do embate dialético
O palato se abala, travam
A retorica e suas resenhas
Fraca infectada,
pelas línguas dominantes
subvertem a coerência
da soberania falante
pulverizam ensaios e filosofia
assim como a poesia
e todas escritas sagradas
em prol de narrativas burlescas
monetizam a discórdia
contrariam perspectivas
do primor da língua
e toda parte que lhe cabe
com parlatório vira-lata
são as metas da subserviência
com pobres palavreados.
SÉRGIO CUMINO –
CATADOR DE RESENHAS.
Nenhum comentário:
Postar um comentário