BRUMAS DO YAWO
Brumas é a tela das possibilidades
Que se abre, e desenha a existência.
Lá projeto minhas querências
É da varanda que ouço pássaros
Em coral de suas operetas
Primeiro surgir entre a névoa
Exu, e toda a sua eloqüência
Mensageiro dos meus meios
Olhar que parece escutar
Os gritos do silencio
Comendo farinha de mandioca
Molhada na cachaça
Saudado após crepúsculo
No seu barco das pendências
Deixa a Água do lago
Esverdeado como banho de folha
Bom para adentrar a nevoada
Conforme diz senhor da estrada
Magia das ervas abre o caminho
Sigo pelos trilhos de Ogum
Sem risco flecheiro
Pede a benção de Ode
Sábio do que se quer
E do momento que é
Olhar paira sobre lago
Emergindo pensamentos
Cujo mergulho profundo
Mistério do meu oceano
Acolhido pela aura da
palha
Do inicio e do fim do mundo
E todo o sagrado de Omulu
Lago a grande gamela
Povoada de duvida
Mapeada pelos Odus
E a varanda salta a cena
Como torre de Ayrá
Abrilhantada por Obará
Teto, útero e oca
Encantos da
biblioteca
Avante ao horizonte
Que a mente levar
Como revoada de bem te vi
Abandonando o mau me quer
Entregam-se aos vôos pelos ventos Oyá
Movimento que tudo se completa
Pincela sobre a tela tintas
sagradas
Com felicidade pintada
Com graça de galinha de angola
Sobre degrade de Oxumarê
Que entregue a glória
Oxum em misericórdia
Presenteia com arca de jóias
É quando as aves dessas paragens
Regorjeiam suspiros
Como forma do sentido cantar
SÉRGIO CUMINO – POETA DE AYRÁ
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