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segunda-feira, 8 de maio de 2017

CÓLERA





CÓLERA

Para cabeça falta um pino
Alimento das artérias
Que o sistema dilacerou
Avaria com destino
Cala-se sobre a pressão
Como o que se discerne
Fragmentado em pó
Reduz atitude à verme
Cujo brado engasga
Com julgo arbitrário
Onde saúde é mercado
Candidato sem carreira
Nessa jornada só
Não adianta supor
Que na batalha sem crivo
O surto é deliberado
Já o demônio cristão
Com inatividade do ócio
Em terra de pouco amor
Assim aspira o brando tiro
Á suportar a derrocada
De viagem ribanceira
E as saudades do rococó
É o aperto daquele fino
Que queima como palha
A marola do pensamento
Sai pelas vielas ruívantes
Carbonizadas pelo ódio
De uma nostalgia em vão
Antes que seja crucial
E a si mesmo se falte
Sem ter platéia
Dando voltas nessa ilha
Segue o cavaleiro andante
E seu escudeiro intento
Marcado pelo estigma
De cada bofetada
Levada nessa lida
Em marcas que explode
Tocando a lira da catarse
Em modos operantes
Desabafo a garrafa
Ser a sede dessa alcatéia
Com insuficiência dialética
E castas diabéticas
Mela a possibilidade do adverso
Morada do abandono
É o câncer que dilacera
Com fogo de toda ira
Mesmo antes do próximo gole
Faz da cólera sopro funesto

SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO 803

Um comentário:

  1. Elizabete Nascimento8 de outubro de 2018 às 08:27

    Da cólera diária e de incertezas futuras vivemos hoje, onde proliferam ações e repúdios desenfreados de cidadãos que pregam o ódio. Esquecem que o discurso são de propostas e não de idolatrias pessoais, assim o câncer dilacera e estamos marcados por estigmas.

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