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sábado, 20 de julho de 2019

A SAGA DA FOME SUSTENTÁVEL

A SAGA DA FOME SUSTENTÁVEL


Temos um faminto Prime
Esse sabe onde se instalar
Como um vírus hospedeiro
Propicio a se multiplicar
Inclui privilégios que elevam
Graças ao projeto de governo
Enganando no seu time
Dão-lhe  status de sub-gente
do subsolo do fim do poço
Há desequilíbrio da balança
Contudo seguem sem direito
e se quer almejam esperança
Do Império dessa rica terra
crêem que por nossa sorte
e por conta da excelência
Tornou-se sorridente
subserviente justamente
Daqueles La de cima
da ponta do norte
para quem bate continência
Agora vê se pode
ta na cara que querem
o tesouro guardado
no nosso pulmão
no fundo do oceano
e o coração soberano
Arrastado dessa vergonha
De floresta derrubada
Desnutrição de criança
Dizem ser sem importância
E deixam isso para lá
Enquanto matam suas matas
e indígenas desesperados
Miséria esfolada
Dimensão de continente
tem indigente para cada povo
desespero para cada horda
diversidade do excludente
Porém lugar mais escolhido
Espécie de fina flor da fome
sob extremo das estações
sem providencia e previdência
Concentra muita grana
Nas bandas do sudeste
Custo de vida muito alto
Já o de morte é facilitado
Vêem, todavia não os enxergam
É um privado soberano
No abecedário desumano
é a letra que tudo padece
Já em matéria de segurança
Está  protegido a medida
Que o bando cresce
É destino dessas carências
Recessão que tanto bate
Até que fura
e derruba negro no arrebate
atingindo toda estrutura
Chega  as mesas burguesas
Visto nos cardápios da semana
Que se comem das lixeiras
Enquanto os que mandam
Dizem que não há fome
Talvez deduzissem a resposta
Por que restaurantes
Fecharem as portas
Deve ser dessa região
Porque tem muitos esquecidos
Sequer lhe deixam sobras
Na estiagem do nosso sertão
Ai se pergunta
E sustento de onde vem?
Mas eles falam que não importa
Na voz da tosca eloqüência
Em tom boçal e amável
Diz o arauto da presidência
Defendida é a fome sustentável
ocupa as centros congestionados
Não se medem a dor
Em caminho de celebridades
Por onde  passa deputado
tem ano que até governador
Ai emerge o sentimento indigente
Porque é cada vez mais raro
dar ao estomago seu agasalho
chamam de fome intermitente
pelo bem da economia
até a orexia qualifica
como estética de contingente
Aos que não se mantém em pé
A mulher dos direitos humanos
Pensa ser falta de fé
revelada no desigual
emergi a antropofagia
esperam que não guardem rancor
Porque na analise do capital
São seqüelas  indiferentes.

SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO 803

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