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terça-feira, 24 de setembro de 2019

AGATHA UM QUARTZO DE SANGUE

AGATHA
UM QUARTZO DE SANGUE

Não era seu ponto final,
Há uma sina de provisão
suspiro repleto interrogações
o mundo se abre a criança,
 menina empoderada
de alegria de ser esperança
que revela seus sonhos
aflorando a cada primavera
fecha-se com tiro que exclama
com a bélica  interrupção
com toda ilusão 
que cabe as reticências
 vai alem de dois pontos
acolhida de amor entre parênteses
em formato de ninho
roga a Deus sabedoria
a jornada a cada dia
família e suas bonecas heroínas
todo tipo de carinho
todas as cores de quartzo
como sonhos de arco-íris
transforma a vida bela
em cinza como travessão
maldade institucional
intolerância as raças
pelo terror branco de “bem”
vôo do condor e fuzil
espalha dor sem aspas
como chuva nas favelas  
 a separa pelo ponto e virgula
não é uma pausa total
uma moderação
pela próxima execução
deveria ser uma virgula
e seu baixo grau de coesão
alimentada pela Resiliência preta
não justifica sua interrupção
o que mais apavora
altera o período da vida simples
a linha tênue que se rompe
de balas doces, pela de pólvora
Da governança entre colchetes
que surge como tocaia de pobre
Agatha assassinada numa Kombi
E quantas a caminho da escola,
A indignação se instala
Manchou suas cores
com sangue da impunidade
todo dia novo enterro
É Estado que retalha
o povo que degola
um suposto plano de governo.

SÉRGIO CUMINO – Poetiza-se na Cultura da Paz

Um comentário:

  1. Nos olhos marejados identificamos muitas Ágathas e outros rostos sem nomes, crianças ceifadas de crescer e viver seus sonhos. Famílias destruídas pela insensatez de governantes inescrupulosos que pregam apenas o ódio e a destruição dos mais pobres e desvalidos. De um lado a sociedade doente deixada ao acaso e sem perspectivas, e de outro um Estado obscuro visando apenas lucro e nada de investimento em políticas públicas para as classes mais desprivilegiadas. Cabe a cada um soltar seu grito de revolta a essa ditadura imposta e disfarçada, está na hora de juntar todos em prol de uma luta justa por direitos fundamentais e garantias constitucionais. Esse poema é a perfeita expressão das angustias experimentadas a duras penas por grande parte da população.

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