FABRICA FECHOU
Fabrica
fechou
Aborto honorário
De sonhos modestos
De poder respirar
A casa caiu
Fugiu por aí
No colo operário
O que fala pro credor?
O moço da perua?
Fabrica
meu Deus
Tenho criança pequena
E que conter as lagrimas
O espanto estampou
O afago do melhor abraço
Cúmplices da desilusão
Os pegou de surpresa
fabrica
com dor
Que não escolhe
Chão de Fabrica
Gabinete gestor
O estampido voraz
Patrão e empregado
Sentiram a porta que fecha
Quando a Fabrica fechou
Num único nó entalado
portanto inconformado
- o tanto que a gente lutou!
A pergunta que não calou
Agora para onde eu vou
sem fabrica para ser chão
alicerce da corporação
como chegar ao paraíso
em tempos de recessão
e as lastimas do comércio
obstáculo de todo acesso
a fecha de desidratação
um golpe na estima
tanto que declina
que a fabrica ficou sem chão
SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO 803
Como chegar ao paraíso em tempos de recessão.... Talvez nunca desistir de lutar pelo que é justo e de direito? Talvez não se deixando corromper por migalhas que nos oferecem, sendo que temos direito da mesa farta, mesa essa que a escória do poder se regala às nossas custas, se deliciando com uma taça de vinho, sendo que ali nada mais é, que o sangue de uma classe oprimida onde tentam tirar nossa voz....FABRICA FECHOU, despertou em mim o desejo de lutar de peito aberto, sair gritando, mostrando que, SE unir a força desse povo cansado, retalhado...a corja do poder será nosso banquete. O que falta é união, não se contentar com restos, fazendo a maioria abrir mão de seus princípios e valores.....esperança essa não pode morrer dentro de nós, jamais.
ResponderExcluirOs sonhos calados na demissão prematura e inesperada o chão se abre e grandes duvidas aparecem, angustia e opressão. Tempos sombrios de incertezas e amarguras em processo de recessão. Vidas jogadas nos milhões na mesma situação, mas o que eu tenho com isso e me vem o pensamento, apenas sou mais um em meio a multidão.
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