a dualidade se abraça
No útero da cabaça
a dança do chocalho
Na intenção da utopia
O afoxé do pleroma
Onde nada se separa
o sumo dos elementares
Tudo junto e misturado
Suas 365 esferas
vácuo das possibilidades
O duplo da persona
Eros e thanatos
A luz e as trevas
revolucionário e o idiota
Entre o bem e o mal
E seu além autoritário
“Deus e o diabo
na Terra do Sol”
Libertário e o tabu
variantes e atenuantes
De quem serve quem
Universo a humanidade
Lograra o rito ancestral
De natureza opostas
Pois o que importa
São postas nas rotas
distintas que se atraem
desejo e as pedras
Jogadas e barragens
Confrontadas no pêndulo
de amuletos gravados
E seus símbolos sagrados
Contra descaso com a vida
É os princípios da misoginia
É a negação da origem
Dá terra , mãe nossa
paradoxo do que se completam
Incondicional que se abraxas
Na conexão dos plexos
As esferas circulam o mito
Eras que antecedem o conflito
Surpreende que era previsível
Fustiga o pânico da alma
Dos monstros modernos
Do inconsciente coletivo
Quando o tempo era criança
Florada encampa a oralidade
Palavra cantada é herança
Recebida da minha avó
Ouvida pelo meu neto
Chega ao neto dele
Oralidade que irriga
A semente da liturgia
a poesia dos símbolos
Se encanta dos mistérios
Muito nos conta a estética
Pela melodia do enigmas
Gnose poesia da genética
Percussão do tempo
Em ritmos sincréticos
A flor de lótus
Que Embeleza o pântano
É a coroa de Nanã
Faces da mesma moeda
Essa colcha de arquétipo
Completam-se em ser uno.
Na psique do olorum
Lemos um livro em chamas
Que te chama ao mergulho
Reposicionando o mundo
Que pulsa dentro do peito
SÉRGIO CUMINO
O CATADOR DE RESENHAS
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