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segunda-feira, 7 de abril de 2025

DELÍRIO EM PESSOA

DELÍRIO EM PESSOA 

Quando Fernando era muitos

Muitos se vêem em Pessoa

Outros desapercebidos

Dentro desses tantos me vejo

Ora cara , ora coroa

Raridade na primeira pessoa 

A ponto de não saber quem sou

Se sou eu, ou meu duplo

Efeito de luz, jogo do espelho

Desconheço a própria fuça

Se um ponto em meio de muitos

Muitos seguidores ocultos

A narrativa sai no ponto

De parecer verdade

Tornar simpática 

 Persona non grata

Oratória do algoz 

Para pessoas da praça 

Manter a distância 

fala na terceira pessoa

Ao entorno do próprio umbigo

Ou que tipo que ressoa

Até fazer fumaça

Sem se importar contigo

Será que carrego uma marca

De nascença ou da boutique

Pode ser um chip

Injetado na minha psique

Faz a duvida abandonar o porquê

E qual sentido em ser um

Vai que me multiplique

Tenha um, com defeito de fabrica

Um de mim. Ser o capeta em pessoa

A paróquia vai ter um chilique

Realmente! Viver não é preciso

Preciso, é acostumar com isso

Depois de inventando imprevisto

Pessoa substantivo presente

Discernimento ausente

por conta e risco

Subjetivo, louvado seja

fulano ou beltrano, é pessoa

maioria tipo submetido

Criatura um gajo cativo

A própria existência cassoa

Pessoa se intitula déspota

Impessoalidade tirana

O absurdo não é conversa atoa

Como foi em outra época

Subserviência vira compromisso

Trama meticulosa do atrevido

Mete o personagem no rebuliço

Com crise de identidade

Até QR Code te denunciar

Sua consciência artificial

É pessoa sem memória

Seu descarte é cadenciado

Sem direito a aposentadoria

O sonho devidamente apagado

No vale dos excluídos

não é visto não é lembrado

A Hegemonia das ilusões

Conforme desligado

Pessoa sem legado

SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 

        

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