ESSE BLOG NÃO PERTENCE SÓ AO POETA, ELE É DE TODOS NÓS

domingo, 27 de abril de 2025

ESFOLADA VIVA

ESFOLADA VIDA


A dor continua sendo dor 

E a angústia feminina

A fadiga deixa recalque

O estigma deixa reflexo 

Pela sala dos perplexos 

Tudo que lhe reservava

Pensava que depois 

do primeiro beijo 

A esperança se ajeitava 

e encontraria seu céu 

A ilusão arrancada

Como se lhe devesse a costela 

Ramo do seu tronco 

Foi fiel a palavra

Mais abusaram da escrita

A peculiaridade do Pânico

Evolui desde menina

E o medo.Ah o medo 

Esse já são íntimos 

Desde que conhece gente

Temperava a guria

A pormenores indulgente

Para ser divina tem sua sina

E se não grita, relativiza

Lamento é por amor 

Que escorre pelos dedos

Mãos se uniram na prece

Já não havia força nas pernas 

E não há santo e nem vela 

Que revela a que se propicia 

Aos filhos deseja a boa lida

Não poupou o suor do esforço

não esperava ser esquecida 

Na batalha rude da vida 

Bambeia sem norte 

Inerte as guerras perdidas

Nem jornadas abusivas 

Inconformada com conformes

Pensava ser diva e não lástima

A loba virou presa

Das tocaias e armadilhas 

Que a moral avaliza

 vontades viraram fumaça 

Perante mentiras desleais 

Que furtam o brilho dos sonhos

Aceitava o correto sendo errado

Seus desejos não se aliam

Em ser projeção da fantasia

E a chamava de amada  

Os sórdidos auto engano 

 não tarda a esperança amarga

os olhos com afago da lágrima 

Disse que o temor é a questão

O bruto desmascarado

Se acovarda a autonomia

Covardia é traiçoeira 

São tementes da astúcia 

Da sua alma feminina

A corrente. O que a liberta

Apavora que sejas

A dor e o lúdico se misturam

Absorve a diversidades 

Desde tenra idade

Jacinta em ternura 

Bandeira que a faz resistir

Nesse vale dos tormentos

Libélula faz poesia.


SERGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário