ESFOLADA VIDA
A dor continua sendo dor
E a angústia feminina
A fadiga deixa recalque
O estigma deixa reflexo
Pela sala dos perplexos
Tudo que lhe reservava
Pensava que depois
do primeiro beijo
A esperança se ajeitava
e encontraria seu céu
A ilusão arrancada
Como se lhe devesse a costela
Ramo do seu tronco
Foi fiel a palavra
Mais abusaram da escrita
A peculiaridade do Pânico
Evolui desde menina
E o medo.Ah o medo
Esse já são íntimos
Desde que conhece gente
Temperava a guria
A pormenores indulgente
Para ser divina tem sua sina
E se não grita, relativiza
Lamento é por amor
Que escorre pelos dedos
Mãos se uniram na prece
Já não havia força nas pernas
E não há santo e nem vela
Que revela a que se propicia
Aos filhos deseja a boa lida
Não poupou o suor do esforço
não esperava ser esquecida
Na batalha rude da vida
Bambeia sem norte
Inerte as guerras perdidas
Nem jornadas abusivas
Inconformada com conformes
Pensava ser diva e não lástima
A loba virou presa
Das tocaias e armadilhas
Que a moral avaliza
vontades viraram fumaça
Perante mentiras desleais
Que furtam o brilho dos sonhos
Aceitava o correto sendo errado
Seus desejos não se aliam
Em ser projeção da fantasia
E a chamava de amada
Os sórdidos auto engano
não tarda a esperança amarga
os olhos com afago da lágrima
Disse que o temor é a questão
O bruto desmascarado
Se acovarda a autonomia
Covardia é traiçoeira
São tementes da astúcia
Da sua alma feminina
A corrente. O que a liberta
Apavora que sejas
A dor e o lúdico se misturam
Absorve a diversidades
Desde tenra idade
Jacinta em ternura
Bandeira que a faz resistir
Nesse vale dos tormentos
Libélula faz poesia.
SERGIO CUMINO
O CATADOR DE RESENHAS
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