PRETA E PET PETINHA
A gata é a graça em Dó
a resenha dessa prosa
com as ancas avariadas
Cambaleia o equilíbrio
Da gata, gatinha, gatosa
Como chamam a amada
Com ela não me sinto só
Felinas são anjos da guarda
De pé, ante’Ré
Mímica minimalista
Destreza da linguagem
Brilho de criança animada
Brinca descontraída
correndo pelos cômodos
Esvoaçando os pelos pretos
Ressignifica a gata manhosa
Mia as ondas do Mi.
Desmonta a guarda
Já nem sei quem sou
Seu miado é o chamado
onde a simplicidade fica
Até rancor ajuda a diluir
Faz poesia do papel amassado
Que o poeta jogou
Roça as pernas em Fa
Como o pedido falado
Ronronar ao lado é par
Dorme até suspira
Já o poeta, inspira
Fortalece a sintática
Do pensamento miado
Semânticas onomatopaicas
Barriga exposta em Sol
É o signo de elegância
No peito o respeito a oxalá
Como um echarpe natural
Alvinegra de luvas brancas
É a gata de Black tie
Ou performance de Clown
O rabo é batuta de cá a Lá
Fato do miado cantado
Atrai gatos trovadores
Declamando no telhado
É difícil explicar a mágica
a menina dos olhos chamam
No formato de jabuticaba
É cafuné para os humores
E tudo muda em Si
Basta a maestrina acordar
Sinfônica família
Na maluca harmonia
Regida pela gata de notas
Até a lágrima fica encantada
Esse amor é uma música
Cuja partitura ela vai arranhar
SÉRGIO CUMINO
O CATADOR DE RESENHAS
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