ESSE BLOG NÃO PERTENCE SÓ AO POETA, ELE É DE TODOS NÓS

quarta-feira, 16 de abril de 2025

SAGA DO ZÉ PINGUELA

SAGA DO ZÉ PINGUELA 

Resta saber o que lhe resta

Sobrou mais nada

Na curva dos restos

Nada se aproveita

Sentido ferido

 no mundo de abjetos

Entorno do Zé ninguém 

Segue deveras aturdido

cabisbaixo cruza viela

 cascalho de pedestre

Papo reto sem prosa

Vê se encontra rastro 

Da desnorteada razão

Vagava na quebrada,

Na baixada, na favela

Passa pela roda dos parça

Pede fogo para o enrolado

Sem coragem que te leva

Sem combustão, de pele seca

Zé areia e da tapa na pedra

Dessa lida de estiagem

De um Zé qualquer 

Doutrina como regra

Vigor da distopia 

Como o sonho se perdeu na enxurrada ?

Miséria do tudo ou nada

Recicla a sorte

Sem bem me quer

No descarte de dejetos 

Lembrar estressa a goela

Da uma parada, abastecer ilusão

Pede dois dedos da amarga

Para ludibriar o desgosto

Dizem ser falta de Deus

É que é difícil enxergar

A saga do Ze Roela

Onde realidade é ponto cego

Lua não reflete na fossa aberta 

Contanto que as pernas

Não Desequilibra na pinguela

Se pecado, adianta- o perdão

Hoje tomará outro tanto

Que era a parte do santo

Que já teve devoção

Antes do último inverno 

Bebe a existência ausente,

a encruzilhada triste e torta

Ante sala do purgatório 

Tenso, com direito a cruz credo

 Quando será último prego?

Mãos ásperas arranham o copo

Cimenta a rústica digital

Que já não o reconhece 

Virou sobra de território 

Tormenta desce queimando

Homeopática pá de cal.

SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 



          

Nenhum comentário:

Postar um comentário