ESSE BLOG NÃO PERTENCE SÓ AO POETA, ELE É DE TODOS NÓS

terça-feira, 22 de abril de 2025

ISA DAS RENDAS


ISA DAS RENDAS 

gaiola dos abandonados 

Foi o nosso encontro 

Nós fora e ela dentro 

O amor faceiro rompe 

 grade do impedimento  

No charme do instinto

       ao fundo das expectativas

Surge um miado fininho 

 vinde entre as rendas 

Protegida da Sete Saias

Isa como uma brisa

 uma gata tempestuosa 

Cinquenta tons de gata

Em uma gata cinza

Dividir o espaço com a carteira 

na bolsa que a levou as compras

Era maior que o blush 

Cabeça de fora via curiosidade 

Sem passado nem futuro 

Nos ensinou o presente

A musa das manhas

Cada pose um flash 

Como régua do crescimento

Estou a seus cuidados 

compensa seus arranhados 

É o carinho bailado 

Desliza entre as pernas 

Como passo marcado

Com alma de caçadora 

Morde os pés e corre esconder

Mas o que foi inesperado 

Depois de eu estar operado 

Colocou-me a seus cuidados 

patas ao lados dos chinelos

Olhava fixos no esforço 

Observou até deminuto 

Raios e trovão 

Cadê a gata meu irmão? 

Ninguém esconde 

mais rápido que ela 

Tanto que não li na noite fria 

O gato preto de Edgar Alan Poe

Temia que tivesse pesadelo

amor exagera nos cuidados

Se me conhece sabe como sou

Nossa troca foi essa 

Em todas as trocas e pelos

Amassada de pãozinho 

Antes no peito agora avariado 

Amassado e nas coxas

Para deitar no colo

Tentar entender cada miau 

Com a semiótica onomatopaica 

Virou terapia ocupacional 

Parece saber yoga 

De tanto que se contorce 

Mas gosta de uma janela 

apelidamos de namoradeira

Quando ajoelho ao orixá 

Cá está a gata ao lado a rezar 

Deve ter algum combinado 

Lá com pessoal de Ayra 

Algo explica a devoção e fé 

Lado a lado

Na tristeza, alegria 

 pedaços de frango, porque não

Pai de gato também não!!!

Que é minha filha. Isso ela é !!

Desculpa termina a poesia 

Que está miando pedindo ração 

SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS

Nenhum comentário:

Postar um comentário