gaiola dos abandonados
Foi o nosso encontro
Nós fora e ela dentro
O amor faceiro rompe
grade do impedimento
No charme do instinto
ao fundo das expectativas
Surge um miado fininho
vinde entre as rendas
Protegida da Sete Saias
Isa como uma brisa
uma gata tempestuosa
Cinquenta tons de gata
Em uma gata cinza
Dividir o espaço com a carteira
na bolsa que a levou as compras
Era maior que o blush
Cabeça de fora via curiosidade
Sem passado nem futuro
Nos ensinou o presente
A musa das manhas
Cada pose um flash
Como régua do crescimento
Estou a seus cuidados
compensa seus arranhados
É o carinho bailado
Desliza entre as pernas
Como passo marcado
Com alma de caçadora
Morde os pés e corre esconder
Mas o que foi inesperado
Depois de eu estar operado
Colocou-me a seus cuidados
patas ao lados dos chinelos
Olhava fixos no esforço
Observou até deminuto
Raios e trovão
Cadê a gata meu irmão?
Ninguém esconde
mais rápido que ela
Tanto que não li na noite fria
O gato preto de Edgar Alan Poe
Temia que tivesse pesadelo
amor exagera nos cuidados
Se me conhece sabe como sou
Nossa troca foi essa
Em todas as trocas e pelos
Amassada de pãozinho
Antes no peito agora avariado
Amassado e nas coxas
Para deitar no colo
Tentar entender cada miau
Com a semiótica onomatopaica
Virou terapia ocupacional
Parece saber yoga
De tanto que se contorce
Mas gosta de uma janela
apelidamos de namoradeira
Quando ajoelho ao orixá
Cá está a gata ao lado a rezar
Deve ter algum combinado
Lá com pessoal de Ayra
Algo explica a devoção e fé
Lado a lado
Na tristeza, alegria
pedaços de frango, porque não
Pai de gato também não!!!
Que é minha filha. Isso ela é !!
Desculpa termina a poesia
Que está miando pedindo ração
SÉRGIO CUMINO
O CATADOR DE RESENHAS
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