ESSE BLOG NÃO PERTENCE SÓ AO POETA, ELE É DE TODOS NÓS

terça-feira, 26 de agosto de 2025

DORES DO TOLO

DORES DO TOLO

Dor que barra o caminho

Não permite avançar o como

A insônia que sabota o sono

Uma sombra que dá um tranco

Tira a visão do entorno

São traços sem contorno

Sabe se lá o que somos

Cujo o destino é o balanço

O bom tentado ao dolo

E a incerteza tira o pé do trono

E passa a ter o reinado manco

Tantos porquês que não é dono

E não sabe se vai ou se fica

Será o fim ou início?

Não encontra um consolo

Os classificados de sonhos

E a solidão do seu transtorno

Outrora José e agora Zé

 os predicados que se dedica

Amargurado, percebe-se tolo

Não há choro nem lágrima

Na lista de padroeiros

 procura um santo

Seria um consolo para lástima

Não há o qual se identifica

Em algum lugar deixou a fé

Escolhe um pastor de ovelha cega

nem ele acredita no que prega

Há mais verdade na borra de café

Do que a intolerância se apropria

 dobrou-se tanto, perde as pregas

 ser ninguém é bandeira em haste

É o Zé que representa o povo

Esperança se divorciou

 Sera que levaram na rapina?

Talvez ela também se cansou

Não há martírio que se baste

Nunca desfilou em sapato novo

 Se quer um gosto que se destina

     até os que chamam de traste

Será que é Deus que determina?

SÉRGIO CUMINO –

 O CATADOR DE RESENHAS


quarta-feira, 13 de agosto de 2025

O LUTO DAS VOZES

O LUTO DAS VOZES 

Na calada da angústia 

Onde as estrelas da noite 

Se misturam com as pirotecnia 

De um genocídio nefasto

Vozes emudece no front

Eram ondas, eram Pontes 

 a realidade a outros encontros 

Indignação e crueldade 

no nosso mundo

Relato em tempo real 

Vozes que vão a campo 

E morrem no solo

No colo da agonia 

Mulheres, crianças e outros tantos

Que roga por uma gota de vida

Nessa corredeira de sangue

Entre a fumaça de pólvora e poeira

Último suspiro do fone 

Foi o lamento da microfonia

Nos afogam com a voz embargada

 esperanças decepadas de Gaza

A compaixão na vida e na morte

É a chama do seu íntimo, repórter

Até as pedras ficaram órfãos 

Das casas, hospitais e mesquitas

E as escaladas nos tiraram o arauto

tantas mazelas que nos contou

 sua fonte está em loco, no front 

Tragédias de bastidores

Testemunhando a sombra do terror 

Seu obituário é manchete de capa 

A denúncia do mundo desumano.

 Deixou os editoriais de luto. 

SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 


terça-feira, 12 de agosto de 2025

LAPSO

LAPSO 

A certeza sofreu uma tocaia

Soube de fonte insegura 

Quando jurava está tudo certo

 instantes de tocar o assoalho 

Já não tinha mais jogo de cintura 

Era uma inflamação moral 

Que percorre a coluna vertebral

Balbucio , era o estômago 

que pressentia a falta de algo

-Sequestraram os afetos 

E tudo que tem de precioso e terno

Estava fora de contexto

Parecia ser eterno

Porém nada original

O que vaga o relato

Ou era um sonho mal intencionado

Qual a base do pretexto

 a ilusão afrontou os fatos

Melhor sentar antes de levantar

Para a razão nutri uma distopia

Depois que a convicção 

Bambeou as pernas

Tem que respirar primeiro

Essa realidade distorcida 

metatarso toca a cerâmica fria

Faz frente ao surreal

E não era carnaval

Um pé depois o outro

 longe de ser mestre sala

Numa discussão temporal

E o café esfriou na xícara 

Parece ser aí que complica

A dúvida soma-se ao perplexo

Trauma moderno ,

ou seu próprio inferno ?

Desmorona o castelo de cartas

Adestraram a percepção 

Para aplacar interesses

As voltas num círculo vicioso 

Quando sente uma brisa amarga

Sinal que a saudade está ferida 

Tornaram duvidosa a reputação

Será profanação, programada 

Rima tosca, perverso e verso

Aversão intensifica a odiosidade

Num cortejo de paranoias. 

Funde-se pavor e gozo

As falácias da raiva 

 e desova o corpo da cognição

Em algum descampado da memória 

SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 


   

                 

sábado, 9 de agosto de 2025

A SOMA DE TANTOS TOMBOS

 

A SOMA DE TANTOS TOMBOS

As quedas têm por fim

O próprio fim,

Na lápide, “indigente”

Ou como subtítulo:

As somas dos tombos

Resultou no fatal

A escalada findava

A interrupção da vida

Na calada da noite

As batidas pararam

Depois do Pio da coruja

O corpo escorreu

A memória , um cinema mudo

Naquele instante

Decrescia o flash de segundo

Degrau a degrau

Como rimas que contrastam

A poesia de vida e morte

Desliza frio e calado

no limbo da indiferença

 o que os olhos não veem

a compaixão não se cria

âmago da invisibilidade

Culpam a noite

que cismou de ser tão fria

À noite caiu, a temperatura caiu,

O corpo depois de tantas quedas

 escolheu uma como legado

O limbo do poder

São tocaias noturnas

 Já, quiumbas em ascensão

Vem o corpo que cai

Pela escada da evolução

Junta-se as almas penadas

Como sombra nas noites frias

Perdoa-me o realismo fantástico

É para amenizar o fervor

 Do corpo gelado

Rogo que acolhida seja divina

Por que nessa vida

foi apenas uma falha exposta

O descaso a instituição

Desliza pelo limo da impunidade

Ou umbral dos abandonados

Mal passou a alvorada

Retiraram o corpo dali.

Para não atrapalhar

os obstáculos públicos

SÉRGIO CUMINO O CATADOR DE RESENHAS


sexta-feira, 25 de julho de 2025

DEU VONTADE DE VOCÊ

  DEU VONTADE DE VOCÊ

Entrei pensando que ia te encontrar...beijos pela madrugada,

Alguns suspiros da que a emoção guarda na memória

Aquela galeria de olhares encantados que desejo pedia

Esperança que esteja na rede

A ansiedade desafina

Da uma marca, até no tom que a palavra faltava, saia avergonhada ,

E os batimentos serelepes

Na guarda, coisa de energia

Na marca do perfil está aceso

Ou mania de pôr o sono a navegar

Que pena que você não está.

SÉRGIO CUMINO O CATADOR DE RESENHAS


quarta-feira, 2 de julho de 2025

RAÍZES NA EROSÃO

RAÍZES NA EROSÃO 

A mágoa não é água salubre 

Que nutri a terra que pôs os pés 

Não fertiliza, a razão estagna

 Reverso, o oposto ao desejo

Se quer o desafio do obstáculo 

Que daria sentido ao drama

É um parasita de tentáculos 

Que suborna a dialética 

Enfraquece a própria prece 

Torna moribundo o credo 

 folhas caem ao som lúgubre 

Das ventanias do pensamento

É compostagem de falsas retóricas 

Os estalos é o mais próximo 

Que os galhos chegam da Prosódia

Não há retratação 

A preposição uma ação patética

Vácuo doravante 

No retrato da natureza morta 

Talvez o luto da decepção 

O estado bruto da inércia

Niilismo e seus rompantes

não passa de adubo toxico

para alguma reflexão

 constatação sem controvérsia

E o amor apagado pelo rancor

A sorte é, o lamento ser legado

De uma opereta sem noção 

Torna o desejo procrastinado 

O sonho é tronco desidratado 

Quando a Árvore da vida 

Magoada perde o chão

Faz as raízes depressão.

SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS                     

segunda-feira, 30 de junho de 2025

CHAMADO, CHAMA

CHAMADO, CHAMA

Dilema intermitente 

E a percepção do grito 

Sem sentir o aguardo 

Na boca de cena 

 que desembaraço, fala 

 que saliva, mas cala

Amarga no hálito

No palco da vida

Com medo da tormenta 

A um vacilo engole

Que antecede a Bonança 

Águas que se dividem 

Os apegos se despedem

Marolas que se esquecem 

E o espírito medita 

Conforme a calmaria 

Acalenta o agito, 

Que antecede o grito 

Na menina dos olhos 

Quando a fala respira 

em forma de prece

E a Imperatriz do império 

Manifesta a vida 

E o brilho que ilumina força

E a intuição que te lança 

Na perspectiva do novo

Nesse caminho será o louco 

O raio tirou faísca da pedra 

Mergulhou na terra 

Até o inconsciente das Águas 

Para banho do pensamento nu

É um mergulho nos mitos.

Nos lagos das parábolas.

 A sabedoria dos elementos 

Que comportem meu ori

 cabaça de conhecimento 

Que se encherá no Odu 

Na jornada que me aguarda. 

SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS                             

sábado, 28 de junho de 2025

FEITA DE OXUM

FEITA DE OXUM 

Ela é feita de Oxum 

Seus olhos Abebé’s

Que são luzes

E suas interfaces

Bela e compaixão 

Protetora e bélica 

Nuances do amor 

Eucaristia do coração 

Domina com louvor

Sagrado e espiritual 

Paixão e combate

Alma feminina 

Dança das corredeiras 

Braços e membros 

Soltam pó de ouro 

Que só a alma enxerga

O que vê é brilho

Do reflexo dos rios 

de essência dourada

O cesto balança 

Com a cantoria das marolas 

Quando abençoa as crianças

Feito deusa do conto de fadas

Ressignifica ser graça 

Lugar de fala a estética

Concepção e a cria

A mãe da arte

Fora do lugar comum

A cachoeira, abelha e mel;

 criação 

O broto da flor do amor 

É a filha Feita de Oxum. 

SÉRGIO CUMINO 

             O CATADOR DE RESENHAS                    

ONDAS QUE TIRAM ONDA

 ONDAS QUE TIRAM ONDA

Numa noite escura

Queria gravar o silêncio

Para ele ausentar

Esse zumbido permanente

Às vezes penso

Que é um QR code sonoro

Que não consigo decifrar

Mas ele está lá tentando avisar

Será que é Deus comunicando

Que esse inferno

que me deixa inquieto

Tem alguma razão de ser

Alguma apelação retórica

No que não vejo e não ouço

Nesse ruído da minha imaginação?

Imagino que tenha algo

No íntimo do zumbido

Será que é palavra ou imagem?

O ato embusteiro da ilusão

Um segredo a me revelar

De médium e louco

Todo mundo tem provação

alguns deixa o zumbido solto

outros os levam a reflexão

Em banho maria no vazio

Com uma trilha minimalista

Do pensamento intimista

Cognitivo procura

Em Lótus e reverência 

Para marcar posição

No portal do espírito

Em triagem com o anjo guardião 

O barco leva em ondas sonoras

Rumo as turbulências do eu

Corredeiras do inconsciente

Drama e ação presente

e penso junto e misturados

Se é o todo é o nada

difícil separar o joio do intuitivo

Com as perguntas engasgadas.

Eu peço paz na dúvida

Para que o sono possa entrar.

SÉRGIO COMINO

O CATADOR DE RESENHAS


domingo, 15 de junho de 2025

CONCHINHA NA NOITE FRIA


CONCHINHA NA NOITE FRIA

Nossa lareira. União 

O abraço é o laço 

que a poesia nos dá

O chamego, Ah chamego 

Esse pede aquele cheiro 

Para o ouvido assanhar 

Roçar os pensamentos

Florescer dos quereres

A cada detalhe da mutação

Que se transforma na magia do luar

Damas da noite, verbenas

E o tempero que o amor nos dá 

Noite que faz do olhar feitiço 

A sedução geme

No palco dos corpos 

Desejo perene

Até a boca chega a secar

Mais um gole de vinho

O coração na pausa do suspiro

Na hora da noite calada

A palma da mão espalha o fogo 

Que sobe na espinha 

Umedece os lábios

O aconchego do ninho 

Chega até arrepiar

E levar para passear 

Nas nuvens da ilusões 

A mente voa 

No êxtase da paixão 

Acende o fogo 

Põe a lenha para queimar

Eros e a graça 

Aquecem o espírito

O desejo desenha

A rota dos quereres

Onde o toque desliza 

Nem deriva, nem preciso 

Atende o pedido do gemido

Sobre a pele de seda 

O amalgama dos instintos

Amantes das brumas

Orvalho nas pétalas

 o ar se mistura pelos poros

Os braços como agasalho

Depois que a lareira dormir 

Nas cinzas do carvalho.

SÉRGIO CUMINO 

O POETA, FLOR & PELE                   

quarta-feira, 11 de junho de 2025

LAMPARINA - LUZ DO ABRAÇO


LAMPARINA - LUZ DO ABRAÇO

Levanta do tombo

O que espera tá perto

Para o som chegar direto

Liberta as evoluções

Sutileza nuance da percepção

O mito do arqueiro interagindo

Faz parte do seu espírito

Ouvir ladainhas angelicais

Discernir qual direção

Ruídos da floresta urbana

Sussurros dos bosques ocultos

Na prosa de sua saga,

desejo ser por determinação

a lamparina do Hermitão,

Nas madrugada de cometa

Atravessa o espaço

Das Mazelas dos paradigmas

Sagrado e profano

E a roda da fortuna

Lubrifica engrenagem

Com a dialética Boemia

Predestinação, é caminho

Ter a sabedoria do ancião

Pego carona, norte do acaso

A claridade do alvo mágico

Fica por conta de você e Ode

Enquanto o raio destrói a torre

E liberta a reflexão

Audição do arqueiro ouve anjos

As ventanias e tempestades

Remexem os sentidos

Mas não desorienta o carro

E o alvo intuitivo é dardo

um encontro sagrado

Tema da prece

Lamparina da fé

Ilumine o caminho

Becos de Marselha

Paramento do Mago

Selados no cosmo

Cruzam os destinos

Na noite do louco

Na benção da lua

O abraço do amigo.

Não foi por acaso.

Ayra traz colado no Oxe

Sob o signo do sol

A última carta, o mundo.

SÉRGIO CUMINO

O CATADOR DE RESENHAS


sábado, 31 de maio de 2025

A CATARSE E A PRECE

A CATARSE E A PRECE


A pressa anulou a prece

E me perde no limbo

Afoga-se no lodo 

Descasos e lapsos 

Sem referência do todo 

Que um dia teve sentido

Ditames desse desleixo 

Roga a mãe nesse contexto 

Que me toma de colo

Busca- me o ar 

Entalado nos receios 

Flore o olhar lúdico

De uma carreira solo

O fruto que a terra alimentou 

Fantasias de criança 

Que o afeto resgatou 

Substrato de muitos insumos 

As variantes dos seus solo

Oriundos de outros nortes 

Cio da terra de lá 

Germina o citrus do sul

Traduz as folias e tristezas

Ostensivas imagens 

Os tombos inibem a destreza

Tantas variantes que me perdi

Nesse baralho misturado

Estava os sentidos perturbados 

Os padrões de sabotagem

 A mãe a seus braços

Deu rota ao carro 

Nas noites que me declinei

Joelhos dobrado 

Fogo da cabeça 

Beijou a terra 

O ar ventou a chama 

A água se fez lágrima

Devoção e reverência 

Ao tempo e o silêncio 

Ministros do templo

Deuses adjunto 

as ladainhas da solidão 

A reza interrompe o vento 

Mantra que saía da respiração

Em meio as aves noturnas 

Sob a luz da lua

O pio da coruja

Sinaliza o silêncio 

Pausa tão longa 

Que o café esfriou no bule 

Ancestralidade e os costumes 

Para entender os meios 

E o novo rumo aos fins

 Faunas, floras e naturezas mortas 

 Balança rede do pensamento

 A alma se introduz a calma

 A mãe do ori da alento 

A siesta da memória

A madrugada abençoa calada 

O cortejo Alvorada

São os pensamentos pêndulos 

Os movimentos da dúvida 

Faz-me intuir os signos

Para entender os sinais

Que surgem do nada 

E os estigmas da saga

Tem lugar de fala 

Pede com a voz embargada

Que a paz vide a mim

Banhe-me nas águas das mães

Amplie as árvores de afeto 

Nas florestas de Gaia

Com a proteção de Yamin 


SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 

                                      

terça-feira, 27 de maio de 2025

FLORADA ETERNA

 FLORADA ETERNA

Divaga a intuição

Ignorando a razão

Fatos fazem pouco caso

Sub série da provocação

Posso contar um segredo ?

Tem ingrediente do medo

Que provoca dispersão

Surge como lampejos

Piscadela da criação

Como águas de março

Parida no papel de pão

E a salada ecumênica

Para digerir o coração

A insegurança adolescente

Não disfarça a barba branca

A felicidade é de criança

Que não sabe onde pôr a mão

Mas ela está ali tão perto

A centímetros de um longo beijo

Tão longe não sei porque razão

Passados incidem na decisão

Aos joelhos desce o queixo

Aí cria se a confusão

E se declara e ela diz não?

 o plano de fuga é um buraco

Enterra a cabeça no chão

Seja lá o que faço, peço perdão

Impossível sorriso Que respira

passar despercebido

Misturei amor com devoção

É paixão evoluída

Que penou o pé na terra

E enviou a cabeça a lua

 para cada fase é uma poesia

Um gostar amparado

Em flutuantes colunas

Se pensa o Poeta apaixonado

 é o amor em evolução

 de certa forma Poeta tem razão.

Ela toca cá dentro

Nos versos do coração

Que germinam toda estação

São floradas do seu jardim

O poeta é o beija-flor

As flores interagem ,

assim como as poesias

E dão movimento a paixão

SÉRGIO CUMINO

POESIA A FLOR DA PELE


sexta-feira, 23 de maio de 2025

MENTES REBORN

MENTES REBORN 

Triste mentes reborn 

Da era sem perspectiva 

Adultera a natureza posta

Pleonasmo quadro sem portas 

Para as injustiças não serem vistas

Milhares crianças sem norte

Exterminadas sem cova

 entregues sumariamente à morte

E o império relativiza a vida 

Enquanto o sangue novo

Que não é laranja como do tirano 

Penetra como insumo no escombro 

E o substituirão pelos seus resort’$ 

os olhares voltados ao shopping 

Chique é viver num mundo 

 Que a vida é insumo de destroços

Corpos adubos da reconstrução

Que ressignifica a realidade

 Verdade vira signo mutante 

 a qual germina banalidade

 o submundo da indiferença

mentes reborn não pensa

E os editoriais são bem pagos 

Não há nota nos obituários 

Nem registro dos fadados.

 E anti-sionismo é o cinismo

 E alimenta absurdas narrativas 

Bebês podem ser terroristas 

E a fome vira estratégia

 O conluio com a imprensa rasteira 

Mães são ativistas 

E os homens já estão nas miras 

Desse poder insano 

Destruiu, hospitais, escolas,

 templos somem na poeira

Que cerceia o direito humano

Conseguem por debaixo do pano 

a denúncia feita nas redes 

Remota esperança dos indignados

Ostensivamente mostra 

 milênios de história 

Transformado em realidade morta

SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS.      

                    

terça-feira, 6 de maio de 2025

O MEDO É O FARDO


O MEDO É O FARDO

Tem alguém aí?

Eu sinto incômodo

Uma provocação

Por que não insulta os de fora?

Me deixa no meu tempo

enquanto mantenho a ilusão

A sua fala vem com ruido

Confunde meu centro

Como os absurdos que coaduna

Perturba os sentidos

Mutila a interpretação

Embaralhando minha emoção

O acasalamento que me forja

do terror e a sombra

Que projeta um melodrama

O armário de delírios

Fatídico e espinhosos

e caprichar com zelo

no tempero dos fatos

E se os dedos forem com os anéis?

A distorção que me arrebenta

Trava percepções por conveniência

Vivo um realismo fantástico

Com a chuva de canivete

Medo o mestre da distopia

da teoria da conspiração

o receio vira recheio da ficção

a morte consorte do viver

É o princípio do temer

A realidade que insistimos negar

Se morremos a cada dia

quando pensamos viver

A fé que se compra pronta

é a mão francesa

que sustenta a ilusão

Pronta para romper

Na cabeça assustada

enquanto o seu templo

se mantém empoeirado

O destino adultera

É cada moção errada

aumenta o peso que carrega

O medo vira mercado

A todo tempo explorado

O pântano de tanatos

SÉRGIO CUMINO

O CATADOR DE RESENHAS

 

terça-feira, 29 de abril de 2025

PUNHAIS SAGAZES



PUNHAIS SAGAZES

Fiquei sem chão 

Esborrachado na dúvida

Não era esperado 

Sem saber o que fazer 

em cacos ladrilhado 

Passo a pisar em ovos 

Nesse círculo de giz

Mandala de destruição

Um piso tátil 

Para tatear os estragos 

E ter o chão de volta 

Para ninguém ser pisado

Não serei mais o alvo

Vilanismo em pele de cordeiro

Afinal de contas

Eu e meu solo

Temos uma ligação 

Onde os pés fixam

Mas, lá vem o mas

Falência do vínculo

Desligada no botão 

De repente derrete

Interruptor da confiança

Não é o que esperava

Não consagro essa prisão

Sem explicação

A luz apagou

nota de arrependimento 

Na escuridão oportuna

Não vai ser preciso

Basta de conversa mole

Sem cogitação

Quando lamento 

reflete em silêncio

A confiança traída

Minha consciência

não manda lembrança

Me pega pelo braço

Sem porquês

E se quer um talvez

O desvio de finalidade 

Punhal oportuno

fim conflita início 

Camufla os meios

Encerra sem reticências 

Epílogo estava escrito

Justificativa em vão 

Foi a cereja do bolo 

A gota que transbordou 

A xícara entornou

Isso serve de consolo

Não insiste

Não haverá revide 

O ruído foi a marca 

Sem perceber 

O tempo apaga

Já não importa 

Contei as avarias 

Vida que segue

Ferida sem cura 

O estigma da sina

Alerta do sino 

Que toca dentro

a nota única

Mantra da paz

Não terá arranjo

O feito em dolo 

De caso pensado

Crise passional 

Crueldade voluntária

O trabalho tá feito

Não há perdão 

Na via de mão dupla

Suspendi retaliação 

Preservo o olho e o dente 

 desculpas vazias

É o nada no vácuo 

Balão de festa 

Que já furou

O laço que se soltou

 Chega de embaraço

Os pedaços serão partes 

Que não se aproveita 

É o crivo do respeito

De cultivo próprio

Ausência eloquente

Não dá margem 

Desprezar o ultraje 

É dá leveza ao movimento

O livramento do seu peso

 o espaço não te pertence 

É terreno envenenado

Por isso segue em frente 


Lastimável, é página virada 

Paz de corpo presente


SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 


 

domingo, 27 de abril de 2025

ESFOLADA VIVA

ESFOLADA VIDA


A dor continua sendo dor 

E a angústia feminina

A fadiga deixa recalque

O estigma deixa reflexo 

Pela sala dos perplexos 

Tudo que lhe reservava

Pensava que depois 

do primeiro beijo 

A esperança se ajeitava 

e encontraria seu céu 

A ilusão arrancada

Como se lhe devesse a costela 

Ramo do seu tronco 

Foi fiel a palavra

Mais abusaram da escrita

A peculiaridade do Pânico

Evolui desde menina

E o medo.Ah o medo 

Esse já são íntimos 

Desde que conhece gente

Temperava a guria

A pormenores indulgente

Para ser divina tem sua sina

E se não grita, relativiza

Lamento é por amor 

Que escorre pelos dedos

Mãos se uniram na prece

Já não havia força nas pernas 

E não há santo e nem vela 

Que revela a que se propicia 

Aos filhos deseja a boa lida

Não poupou o suor do esforço

não esperava ser esquecida 

Na batalha rude da vida 

Bambeia sem norte 

Inerte as guerras perdidas

Nem jornadas abusivas 

Inconformada com conformes

Pensava ser diva e não lástima

A loba virou presa

Das tocaias e armadilhas 

Que a moral avaliza

 vontades viraram fumaça 

Perante mentiras desleais 

Que furtam o brilho dos sonhos

Aceitava o correto sendo errado

Seus desejos não se aliam

Em ser projeção da fantasia

E a chamava de amada  

Os sórdidos auto engano 

 não tarda a esperança amarga

os olhos com afago da lágrima 

Disse que o temor é a questão

O bruto desmascarado

Se acovarda a autonomia

Covardia é traiçoeira 

São tementes da astúcia 

Da sua alma feminina

A corrente. O que a liberta

Apavora que sejas

A dor e o lúdico se misturam

Absorve a diversidades 

Desde tenra idade

Jacinta em ternura 

Bandeira que a faz resistir

Nesse vale dos tormentos

Libélula faz poesia.


SERGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 

 

sexta-feira, 25 de abril de 2025

CRIANCAS DE JERICO



CRIANÇAS DE JERICÓ

pequenas de folhas frágeis 

Voou através dos tempos

Peregrinam pela história 

sabedoria o vento transporta

Junto com pesadelos arenosos

E a oralidade atravessa Milênios 

Pequena branca como a pomba

Singela, a alma da esperança

 símbolo da paz e resistência

 florece um povo milenar

Germina ressurreição 

A cada ato de destruição 

O muro físico do seu jardim 

De fora o pedaço surrupiado

Dentro, a dignidade e o templo

Assentados em solo sagrado

Como a décadas programado

Tempestade de balas e bombas

Invadiu o imaginário 

Violentaram o tolerável

Envenenaram o solo 

Para terminar de dar cabo

Desde a partilha, oito décadas

Muita Praga passou pelo Jardim

 corroer território como cancer

Império engolindo a presa

Comendo inocente aos pedaços

Civilização de mutilados

ganância cativa a intolerância

 primavera árabe é o prelúdio  

Preparativos da mãe discórdia 

A ancestralidade do caule reage

Violaram o consagrado

Confiscaram as estações 

frio ou quente, sobrou o relento

Séculos renascendo

 com pingos d'água

Florescia o divino

Sacro berços palestinos

Adubado a gotas lágrimas 

a garoa da misericórdia

Mas o terror clareia a noite 

Quando as bombas chegam 

Explodem mudas na escola 

Trocaram a areia por pólvora

As folhas secam resistindo

Caindo sem perder coragem

Com a força da dignidade 

Que passa eternas provações

Existe agora a sangria

Ao roubo das estações

Não se extermina um jardim 

Fizeram dele zona de conflitos 

ferve o inverno pela o verão

Atacam a flor da esperança

 Quais ventos virão?

Fazer desse pesadelo, nação?

Enquanto não chega 

O vento grita e berra

Solidariedade desesperada

Revela o que fazem do Jardim

Soprando aos quatro cantos

Escombros como canteiro 

Soterraram vivas sementes

sem aprender a sorrir

Médicos, ativistas, jornalistas 

 Pararam de florir no massacre  

Soterraram milhares de corpus

Sob, templos, escolas, hospitais  

indignação é o signo da Rosa

Enquanto houver,pingos

Que germine a esperança

Não extinguirá é povo originário

a montanha não vai se mover 

Sabem que a água é divindade 

Por ter pouco para beber 

fogo é luz, aquece corpo e alma 

O vento é o próprio ar da graça

Não adianta mutilar o broto 

Para que a jornada tenha um nó  

Sádico sangramento 

De mulheres e crianças

O útero e a esperança

Mas a força que não falta

bênção da Rosa de Jericó

SÉRGIO CUMINO

O CATADOR DE RESENHAS 

quinta-feira, 24 de abril de 2025

DESDE SEMPRE

 


DESDE SEMPRE 

O solidário falseta

Da rede furada

É crente que engana

Não somos do mesmo cardume

“Tamu junto”. Mas não confundo

Isso é Código de conduta 

De oportunista dissimulado

-Qualquer coisa chama aí.

Não espere é modo avião

 insumo estragado 

O engodo tem seu clássico 

“Acredite Deus está no controle”

Com desvio de finalidade

Gíria designada como alerta

Sou sumido ou não quis ver

sentado como não quer nada

no banco da plataforma

Com megafone em movimento 

Ativismo da poesia ostensiva 

O grito mais sonoro 

Sem lugar de fala a hipocrisia

Se mesmo assim sou invisível

 Ensina a literatura ,afaste-se 

Mas isso não é possível 

Tem que alimentar o Network

subjetividade que arrepia

Vai que seja uma célula 

Pontalete da vulnerabilidade

É quando a dissimulação

Camufla as aspas

Se traveste de empatia 

Protege-se entre parentese 

a bolha da empáfia

Uma expressão do presente 

O que importa se é simpático 

 Se é empático ou boa gente

O sujeito fica no vácuo 

Na nuvem do oportunismo

Se for favorável, tira do armário 

Aquele Sorriso que adequa

sem validade na banca

Que constitui a vontade

Compulsiva pelo consumo 

Ocupação das banalidades

 que nunca sabe o que quer

Dobrou a esquina vira passado

Do descaso faz irrelevância

Melindre do tudo irrita

Se o cognitivo vira questão

“Portanto não me ligue

quando a chapa fica quente”

Há o cristão benevolente

Para ocasiões especiais

Salvo conduto se lhe der lucro 

Ser bem visto pelos entes 

Toda vênia diante do júri

a miséria lhe promove

Traz dividendos ao neoliberal

Exercita o preconceito

O princípio é ser indiferente

Em qualquer situação etc e tal

Tudo farinha da mesma doença

Mas olha com rabo de olho

O título de bondade 

Aversão aos sócios do ofício

A soberba não tem pares

Ostentam seus ócios

Cheio de sentimentos burguês  

Sem torcer o nariz 

Nas falácias da desculpa

 a bondade não tem base

A sociedade é compassiva 

Ver a tragédia das indiferenças

Envergonhar-se das emoções

Fraquejo do pseudo parça.

bandeira é a roda de interesses

SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 


COMPAIXAO PRESENTE

 


COMPAIXÃO PRESENTE 

E se Socorro grita a porta

Compaixão me abrace 

Vejo em ti o seu centro 

O vale da transformação 

Do assistido e o cuidador 

Em ato de evolução

o intuito, sem nada em troca

A soberania dos escolhidos

Nasce um em cada território

A força do braço amigo

Como um anjo predestinado

Sem o brinde a vaidade

 atropela a dignidade humana

 Colide com a transformação

Espontaneidade avassala

Junto dela se agarra

mão se estende sem alarde

No impulso sem custo 

E pausa toda engrenagem

No campo do desconforto 

Transcendendo o certo

O tato é o resgate do respeito

compaixão, parceiro do instinto 

o âmago da moral

Como diria Schopenhauer 

Mais pura ética dos justos

É uma dor que te pede 

E que vem do além 

Do corpo para fora,

Fora para dentro

Algum lugar em curso

Ocorre a dança das almas

Que penetra fundo sem porque

Avaria couraça, descola camadas 

Que desorienta o padrão

Vendo o outro como ele mesmo 

 respirações conduzem 

Junto ao impacto da agonia

Aos cantos das necessidades

É quando entende ser irmão 

humano para outro humano

Dá um reset nos sentidos

Sem diferença de castas 

Repulsas étnicas

Variantes identitárias 

A doação é horizontal 

O papo reto que omitem 

O alicerce é existir

A via de mão dupla

E ela absorve o silêncio

Ouvir preenche o necessário 

melodia que os olhos acalenta

Da a humanidade visão

dor e as essências se misturam

Psiu ! Império do ombro amigo.

No casebre da compaixão 

Não mora ostentação

Longe das pregações

a natureza realiza seu concerto

Junta pausa das emoções

E a cadência da conexão

Se semear faz a revolução

O olfato descreve o contexto

É o aroma novo da resenha 

Laço forte do pacato cidadão 

-conta comigo meu irmão.

 

SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 



quarta-feira, 23 de abril de 2025

REVELA-SE COMO PEDE

REVELA-SE COMO PEDE 

Porque diabos se repete?

Pergunta quando senta 

No banco da desilusão 

Por mais que a vida é cíclica 

Ha um ponteiro emperrado 

Que patina no mesmo lugar 

No relógio da dúvida 

É o dia da marmota 

Tragédias vividas 

Vira e mexe voltam

O que atrasa sua lida

Sobe despenca

Lastros de impaces 

As frustrações no amor 

Torpores e suas tratativas

Tantas lágrimas escorridas

Perde seus referenciais

Perversão dos cafajestes

Os fariseus da resistência 

Impelem a consciência 

Sabotando os humores

O que pedes não resolve

Se não alterar como sentes

cérebro coaduna com emoção

É como interpreta a inflexão

E o contraditório faz festa 

 a emoção e seus embrolhos 

E saem as remessas de ação

o que recicla amores ordinários 

Patrões indigestos 

E a traição de tantos parceiros

Como se escrito estivesse 

Idiota na testa.

Basta fazer o teste.

Desapegue do sofrimento

E os sonhos reconstrói 

Para que o novo renasce 

Sementes novas na floresta

Sua árvore florescerá

Isso se chama graça

a conecta com que importa

Virar a chave, engate a primeira

Receba o olhar que lhe flerta

Com o novo prisma do desejo

E afastará o salafrários 

Marombeiros e malafaias 

Perdoe amor traiçoeiro

Ou será eterno desconforto 

Com o seu senso de justiça

Encontre novas possibilidades 

E desconstrua velhos costumes

o coração guia a flecha de Ode

Como reza o arqueiro zen. 

E o destino se libertará 

Das correntes das mágoas 

De um passado fedegoso 

E saboreará o deleite,

e amar e ser amada 


SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 

 

PRESENTE NA JORNADA

PRESENTE NA JORNADA 

Pedi sabedoria na vida 

Surpreende-me com a forja 

Com conselho do fogo

Talha aspectos sensíveis 

Como espadas de batalhas

E o machado do arquétipo

Símbolos apontam propósitos 

E não consegue conceituar

Desequilíbrio das dualidades 

Ver Deus e o inferno 

de um profundo ateísmo

Suas valas e seus abismos

Para onde se deslocar?

Valores que norteiam mistérios 

Amores alimenta ilusões

Leva ao transe o ceticismo

Repetições são alertas 

Da crise sem visão 

Em sua estagnação 

Palpite não é empatia

Sagrado fala pelos sinais 

Estabelece as fases 

e vagueia as mentes vans 

Fisgado em meio às brumas

 os amores vem e se perdem

A memória é do espírito 

Submerge na consciência 

Em Águas profundas

Doce encantada e benta

Dar vida a intenção

De fora espiou pela janelinha

Estava perdido no tempo

Com o erro dos seus aceitos

Enquanto há sentidos 

Prontos a despertar 

Cá dentro.Templo do peito

 medo é mudança de rota 

Se é certo o que o destina?

Ou são delírios do instinto?

É a centelha da escolha

Se filtrar os ruídos 

Sem chamar os abismos 

Que emperram a porta

Odu os afastam

Para não desviar do caminho 

Múltiplas liturgias 

Respectivas doutrinas 

A dúvida que atina 

Nem sempre te explicam

São sumos do espírito

 o sincretismo ancestral

Fortalece as raízes

O conecta ao seu pleno

E é o primor da compaixão

Quando o ar habilita

Vento é movimento 

Canta com as árvores 

A mudança de estação

 ser a luz que ilumina a folha 

Brilho Expressará arte

Da Norte ao discernimento

Leve luz onde for

E a trilha sagrada 

Que herdara da mãe terra

Conhecerá o luto espiritual 

A perda que fortalece a alma 

Que a fé é alternativa 

O que faremos com as dúvidas?

É Ressignificar o dogma

Junto as rugas da experiência 

Aprendidas nas derrotas

Como ensina sua sina

Viraram totens 

no altar da Liberdade

Sentir-se presente na presença

Com as sutilidade que vibra

Conexões divinas 


SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 

terça-feira, 22 de abril de 2025

ISA DAS RENDAS


ISA DAS RENDAS 

gaiola dos abandonados 

Foi o nosso encontro 

Nós fora e ela dentro 

O amor faceiro rompe 

 grade do impedimento  

No charme do instinto

       ao fundo das expectativas

Surge um miado fininho 

 vinde entre as rendas 

Protegida da Sete Saias

Isa como uma brisa

 uma gata tempestuosa 

Cinquenta tons de gata

Em uma gata cinza

Dividir o espaço com a carteira 

na bolsa que a levou as compras

Era maior que o blush 

Cabeça de fora via curiosidade 

Sem passado nem futuro 

Nos ensinou o presente

A musa das manhas

Cada pose um flash 

Como régua do crescimento

Estou a seus cuidados 

compensa seus arranhados 

É o carinho bailado 

Desliza entre as pernas 

Como passo marcado

Com alma de caçadora 

Morde os pés e corre esconder

Mas o que foi inesperado 

Depois de eu estar operado 

Colocou-me a seus cuidados 

patas ao lados dos chinelos

Olhava fixos no esforço 

Observou até deminuto 

Raios e trovão 

Cadê a gata meu irmão? 

Ninguém esconde 

mais rápido que ela 

Tanto que não li na noite fria 

O gato preto de Edgar Alan Poe

Temia que tivesse pesadelo

amor exagera nos cuidados

Se me conhece sabe como sou

Nossa troca foi essa 

Em todas as trocas e pelos

Amassada de pãozinho 

Antes no peito agora avariado 

Amassado e nas coxas

Para deitar no colo

Tentar entender cada miau 

Com a semiótica onomatopaica 

Virou terapia ocupacional 

Parece saber yoga 

De tanto que se contorce 

Mas gosta de uma janela 

apelidamos de namoradeira

Quando ajoelho ao orixá 

Cá está a gata ao lado a rezar 

Deve ter algum combinado 

Lá com pessoal de Ayra 

Algo explica a devoção e fé 

Lado a lado

Na tristeza, alegria 

 pedaços de frango, porque não

Pai de gato também não!!!

Que é minha filha. Isso ela é !!

Desculpa termina a poesia 

Que está miando pedindo ração 

SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS