ESSE BLOG NÃO PERTENCE SÓ AO POETA, ELE É DE TODOS NÓS

domingo, 15 de junho de 2025

CONCHINHA NA NOITE FRIA


CONCHINHA NA NOITE FRIA

Nossa lareira. União 

O abraço é o laço 

que a poesia nos dá

O chamego, Ah chamego 

Esse pede aquele cheiro 

Para o ouvido assanhar 

Roçar os pensamentos

Florescer dos quereres

A cada detalhe da mutação

Que se transforma na magia do luar

Damas da noite, verbenas

E o tempero que o amor nos dá 

Noite que faz do olhar feitiço 

A sedução geme

No palco dos corpos 

Desejo perene

Até a boca chega a secar

Mais um gole de vinho

O coração na pausa do suspiro

Na hora da noite calada

A palma da mão espalha o fogo 

Que sobe na espinha 

Umedece os lábios

O aconchego do ninho 

Chega até arrepiar

E levar para passear 

Nas nuvens da ilusões 

A mente voa 

No êxtase da paixão 

Acende o fogo 

Põe a lenha para queimar

Eros e a graça 

Aquecem o espírito

O desejo desenha

A rota dos quereres

Onde o toque desliza 

Nem deriva, nem preciso 

Atende o pedido do gemido

Sobre a pele de seda 

O amalgama dos instintos

Amantes das brumas

Orvalho nas pétalas

 o ar se mistura pelos poros

Os braços como agasalho

Depois que a lareira dormir 

Nas cinzas do carvalho.

SÉRGIO CUMINO 

O POETA, FLOR & PELE                   

quarta-feira, 11 de junho de 2025

LAMPARINA - LUZ DO ABRAÇO


LAMPARINA - LUZ DO ABRAÇO

Levanta do tombo

O que espera tá perto

Para o som chegar direto

Liberta as evoluções

Sutileza nuance da percepção

O mito do arqueiro interagindo

Faz parte do seu espírito

Ouvir ladainhas angelicais

Discernir qual direção

Ruídos da floresta urbana

Sussurros dos bosques ocultos

Na prosa de sua saga,

desejo ser por determinação

a lamparina do Hermitão,

Nas madrugada de cometa

Atravessa o espaço

Das Mazelas dos paradigmas

Sagrado e profano

E a roda da fortuna

Lubrifica engrenagem

Com a dialética Boemia

Predestinação, é caminho

Ter a sabedoria do ancião

Pego carona, norte do acaso

A claridade do alvo mágico

Fica por conta de você e Ode

Enquanto o raio destrói a torre

E liberta a reflexão

Audição do arqueiro ouve anjos

As ventanias e tempestades

Remexem os sentidos

Mas não desorienta o carro

E o alvo intuitivo é dardo

um encontro sagrado

Tema da prece

Lamparina da fé

Ilumine o caminho

Becos de Marselha

Paramento do Mago

Selados no cosmo

Cruzam os destinos

Na noite do louco

Na benção da lua

O abraço do amigo.

Não foi por acaso.

Ayra traz colado no Oxe

Sob o signo do sol

A última carta, o mundo.

SÉRGIO CUMINO

O CATADOR DE RESENHAS


sábado, 31 de maio de 2025

A CATARSE E A PRECE

A CATARSE E A PRECE


A pressa anulou a prece

E me perde no limbo

Afoga-se no lodo 

Descasos e lapsos 

Sem referência do todo 

Que um dia teve sentido

Ditames desse desleixo 

Roga a mãe nesse contexto 

Que me toma de colo

Busca- me o ar 

Entalado nos receios 

Flore o olhar lúdico

De uma carreira solo

O fruto que a terra alimentou 

Fantasias de criança 

Que o afeto resgatou 

Substrato de muitos insumos 

As variantes dos seus solo

Oriundos de outros nortes 

Cio da terra de lá 

Germina o citrus do sul

Traduz as folias e tristezas

Ostensivas imagens 

Os tombos inibem a destreza

Tantas variantes que me perdi

Nesse baralho misturado

Estava os sentidos perturbados 

Os padrões de sabotagem

 A mãe a seus braços

Deu rota ao carro 

Nas noites que me declinei

Joelhos dobrado 

Fogo da cabeça 

Beijou a terra 

O ar ventou a chama 

A água se fez lágrima

Devoção e reverência 

Ao tempo e o silêncio 

Ministros do templo

Deuses adjunto 

as ladainhas da solidão 

A reza interrompe o vento 

Mantra que saía da respiração

Em meio as aves noturnas 

Sob a luz da lua

O pio da coruja

Sinaliza o silêncio 

Pausa tão longa 

Que o café esfriou no bule 

Ancestralidade e os costumes 

Para entender os meios 

E o novo rumo aos fins

 Faunas, floras e naturezas mortas 

 Balança rede do pensamento

 A alma se introduz a calma

 A mãe do ori da alento 

A siesta da memória

A madrugada abençoa calada 

O cortejo Alvorada

São os pensamentos pêndulos 

Os movimentos da dúvida 

Faz-me intuir os signos

Para entender os sinais

Que surgem do nada 

E os estigmas da saga

Tem lugar de fala 

Pede com a voz embargada

Que a paz vide a mim

Banhe-me nas águas das mães

Amplie as árvores de afeto 

Nas florestas de Gaia

Com a proteção de Yamin 


SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 

                                      

terça-feira, 27 de maio de 2025

FLORADA ETERNA

 FLORADA ETERNA

Divaga a intuição

Ignorando a razão

Fatos fazem pouco caso

Sub série da provocação

Posso contar um segredo ?

Tem ingrediente do medo

Que provoca dispersão

Surge como lampejos

Piscadela da criação

Como águas de março

Parida no papel de pão

E a salada ecumênica

Para digerir o coração

A insegurança adolescente

Não disfarça a barba branca

A felicidade é de criança

Que não sabe onde pôr a mão

Mas ela está ali tão perto

A centímetros de um longo beijo

Tão longe não sei porque razão

Passados incidem na decisão

Aos joelhos desce o queixo

Aí cria se a confusão

E se declara e ela diz não?

 o plano de fuga é um buraco

Enterra a cabeça no chão

Seja lá o que faço, peço perdão

Impossível sorriso Que respira

passar despercebido

Misturei amor com devoção

É paixão evoluída

Que penou o pé na terra

E enviou a cabeça a lua

 para cada fase é uma poesia

Um gostar amparado

Em flutuantes colunas

Se pensa o Poeta apaixonado

 é o amor em evolução

 de certa forma Poeta tem razão.

Ela toca cá dentro

Nos versos do coração

Que germinam toda estação

São floradas do seu jardim

O poeta é o beija-flor

As flores interagem ,

assim como as poesias

E dão movimento a paixão

SÉRGIO CUMINO

POESIA A FLOR DA PELE


sexta-feira, 23 de maio de 2025

MENTES REBORN

MENTES REBORN 

Triste mentes reborn 

Da era sem perspectiva 

Adultera a natureza posta

Pleonasmo quadro sem portas 

Para as injustiças não serem vistas

Milhares crianças sem norte

Exterminadas sem cova

 entregues sumariamente à morte

E o império relativiza a vida 

Enquanto o sangue novo

Que não é laranja como do tirano 

Penetra como insumo no escombro 

E o substituirão pelos seus resort’$ 

os olhares voltados ao shopping 

Chique é viver num mundo 

 Que a vida é insumo de destroços

Corpos adubos da reconstrução

Que ressignifica a realidade

 Verdade vira signo mutante 

 a qual germina banalidade

 o submundo da indiferença

mentes reborn não pensa

E os editoriais são bem pagos 

Não há nota nos obituários 

Nem registro dos fadados.

 E anti-sionismo é o cinismo

 E alimenta absurdas narrativas 

Bebês podem ser terroristas 

E a fome vira estratégia

 O conluio com a imprensa rasteira 

Mães são ativistas 

E os homens já estão nas miras 

Desse poder insano 

Destruiu, hospitais, escolas,

 templos somem na poeira

Que cerceia o direito humano

Conseguem por debaixo do pano 

a denúncia feita nas redes 

Remota esperança dos indignados

Ostensivamente mostra 

 milênios de história 

Transformado em realidade morta

SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS.      

                    

terça-feira, 6 de maio de 2025

O MEDO É O FARDO


O MEDO É O FARDO

Tem alguém aí?

Eu sinto incômodo

Uma provocação

Por que não insulta os de fora?

Me deixa no meu tempo

enquanto mantenho a ilusão

A sua fala vem com ruido

Confunde meu centro

Como os absurdos que coaduna

Perturba os sentidos

Mutila a interpretação

Embaralhando minha emoção

O acasalamento que me forja

do terror e a sombra

Que projeta um melodrama

O armário de delírios

Fatídico e espinhosos

e caprichar com zelo

no tempero dos fatos

E se os dedos forem com os anéis?

A distorção que me arrebenta

Trava percepções por conveniência

Vivo um realismo fantástico

Com a chuva de canivete

Medo o mestre da distopia

da teoria da conspiração

o receio vira recheio da ficção

a morte consorte do viver

É o princípio do temer

A realidade que insistimos negar

Se morremos a cada dia

quando pensamos viver

A fé que se compra pronta

é a mão francesa

que sustenta a ilusão

Pronta para romper

Na cabeça assustada

enquanto o seu templo

se mantém empoeirado

O destino adultera

É cada moção errada

aumenta o peso que carrega

O medo vira mercado

A todo tempo explorado

O pântano de tanatos

SÉRGIO CUMINO

O CATADOR DE RESENHAS

 

terça-feira, 29 de abril de 2025

PUNHAIS SAGAZES



PUNHAIS SAGAZES

Fiquei sem chão 

Esborrachado na dúvida

Não era esperado 

Sem saber o que fazer 

em cacos ladrilhado 

Passo a pisar em ovos 

Nesse círculo de giz

Mandala de destruição

Um piso tátil 

Para tatear os estragos 

E ter o chão de volta 

Para ninguém ser pisado

Não serei mais o alvo

Vilanismo em pele de cordeiro

Afinal de contas

Eu e meu solo

Temos uma ligação 

Onde os pés fixam

Mas, lá vem o mas

Falência do vínculo

Desligada no botão 

De repente derrete

Interruptor da confiança

Não é o que esperava

Não consagro essa prisão

Sem explicação

A luz apagou

nota de arrependimento 

Na escuridão oportuna

Não vai ser preciso

Basta de conversa mole

Sem cogitação

Quando lamento 

reflete em silêncio

A confiança traída

Minha consciência

não manda lembrança

Me pega pelo braço

Sem porquês

E se quer um talvez

O desvio de finalidade 

Punhal oportuno

fim conflita início 

Camufla os meios

Encerra sem reticências 

Epílogo estava escrito

Justificativa em vão 

Foi a cereja do bolo 

A gota que transbordou 

A xícara entornou

Isso serve de consolo

Não insiste

Não haverá revide 

O ruído foi a marca 

Sem perceber 

O tempo apaga

Já não importa 

Contei as avarias 

Vida que segue

Ferida sem cura 

O estigma da sina

Alerta do sino 

Que toca dentro

a nota única

Mantra da paz

Não terá arranjo

O feito em dolo 

De caso pensado

Crise passional 

Crueldade voluntária

O trabalho tá feito

Não há perdão 

Na via de mão dupla

Suspendi retaliação 

Preservo o olho e o dente 

 desculpas vazias

É o nada no vácuo 

Balão de festa 

Que já furou

O laço que se soltou

 Chega de embaraço

Os pedaços serão partes 

Que não se aproveita 

É o crivo do respeito

De cultivo próprio

Ausência eloquente

Não dá margem 

Desprezar o ultraje 

É dá leveza ao movimento

O livramento do seu peso

 o espaço não te pertence 

É terreno envenenado

Por isso segue em frente 


Lastimável, é página virada 

Paz de corpo presente


SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 


 

domingo, 27 de abril de 2025

ESFOLADA VIVA

ESFOLADA VIDA


A dor continua sendo dor 

E a angústia feminina

A fadiga deixa recalque

O estigma deixa reflexo 

Pela sala dos perplexos 

Tudo que lhe reservava

Pensava que depois 

do primeiro beijo 

A esperança se ajeitava 

e encontraria seu céu 

A ilusão arrancada

Como se lhe devesse a costela 

Ramo do seu tronco 

Foi fiel a palavra

Mais abusaram da escrita

A peculiaridade do Pânico

Evolui desde menina

E o medo.Ah o medo 

Esse já são íntimos 

Desde que conhece gente

Temperava a guria

A pormenores indulgente

Para ser divina tem sua sina

E se não grita, relativiza

Lamento é por amor 

Que escorre pelos dedos

Mãos se uniram na prece

Já não havia força nas pernas 

E não há santo e nem vela 

Que revela a que se propicia 

Aos filhos deseja a boa lida

Não poupou o suor do esforço

não esperava ser esquecida 

Na batalha rude da vida 

Bambeia sem norte 

Inerte as guerras perdidas

Nem jornadas abusivas 

Inconformada com conformes

Pensava ser diva e não lástima

A loba virou presa

Das tocaias e armadilhas 

Que a moral avaliza

 vontades viraram fumaça 

Perante mentiras desleais 

Que furtam o brilho dos sonhos

Aceitava o correto sendo errado

Seus desejos não se aliam

Em ser projeção da fantasia

E a chamava de amada  

Os sórdidos auto engano 

 não tarda a esperança amarga

os olhos com afago da lágrima 

Disse que o temor é a questão

O bruto desmascarado

Se acovarda a autonomia

Covardia é traiçoeira 

São tementes da astúcia 

Da sua alma feminina

A corrente. O que a liberta

Apavora que sejas

A dor e o lúdico se misturam

Absorve a diversidades 

Desde tenra idade

Jacinta em ternura 

Bandeira que a faz resistir

Nesse vale dos tormentos

Libélula faz poesia.


SERGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 

 

sexta-feira, 25 de abril de 2025

CRIANCAS DE JERICO



CRIANÇAS DE JERICÓ

pequenas de folhas frágeis 

Voou através dos tempos

Peregrinam pela história 

sabedoria o vento transporta

Junto com pesadelos arenosos

E a oralidade atravessa Milênios 

Pequena branca como a pomba

Singela, a alma da esperança

 símbolo da paz e resistência

 florece um povo milenar

Germina ressurreição 

A cada ato de destruição 

O muro físico do seu jardim 

De fora o pedaço surrupiado

Dentro, a dignidade e o templo

Assentados em solo sagrado

Como a décadas programado

Tempestade de balas e bombas

Invadiu o imaginário 

Violentaram o tolerável

Envenenaram o solo 

Para terminar de dar cabo

Desde a partilha, oito décadas

Muita Praga passou pelo Jardim

 corroer território como cancer

Império engolindo a presa

Comendo inocente aos pedaços

Civilização de mutilados

ganância cativa a intolerância

 primavera árabe é o prelúdio  

Preparativos da mãe discórdia 

A ancestralidade do caule reage

Violaram o consagrado

Confiscaram as estações 

frio ou quente, sobrou o relento

Séculos renascendo

 com pingos d'água

Florescia o divino

Sacro berços palestinos

Adubado a gotas lágrimas 

a garoa da misericórdia

Mas o terror clareia a noite 

Quando as bombas chegam 

Explodem mudas na escola 

Trocaram a areia por pólvora

As folhas secam resistindo

Caindo sem perder coragem

Com a força da dignidade 

Que passa eternas provações

Existe agora a sangria

Ao roubo das estações

Não se extermina um jardim 

Fizeram dele zona de conflitos 

ferve o inverno pela o verão

Atacam a flor da esperança

 Quais ventos virão?

Fazer desse pesadelo, nação?

Enquanto não chega 

O vento grita e berra

Solidariedade desesperada

Revela o que fazem do Jardim

Soprando aos quatro cantos

Escombros como canteiro 

Soterraram vivas sementes

sem aprender a sorrir

Médicos, ativistas, jornalistas 

 Pararam de florir no massacre  

Soterraram milhares de corpus

Sob, templos, escolas, hospitais  

indignação é o signo da Rosa

Enquanto houver,pingos

Que germine a esperança

Não extinguirá é povo originário

a montanha não vai se mover 

Sabem que a água é divindade 

Por ter pouco para beber 

fogo é luz, aquece corpo e alma 

O vento é o próprio ar da graça

Não adianta mutilar o broto 

Para que a jornada tenha um nó  

Sádico sangramento 

De mulheres e crianças

O útero e a esperança

Mas a força que não falta

bênção da Rosa de Jericó

SÉRGIO CUMINO

O CATADOR DE RESENHAS 

quinta-feira, 24 de abril de 2025

DESDE SEMPRE

 


DESDE SEMPRE 

O solidário falseta

Da rede furada

É crente que engana

Não somos do mesmo cardume

“Tamu junto”. Mas não confundo

Isso é Código de conduta 

De oportunista dissimulado

-Qualquer coisa chama aí.

Não espere é modo avião

 insumo estragado 

O engodo tem seu clássico 

“Acredite Deus está no controle”

Com desvio de finalidade

Gíria designada como alerta

Sou sumido ou não quis ver

sentado como não quer nada

no banco da plataforma

Com megafone em movimento 

Ativismo da poesia ostensiva 

O grito mais sonoro 

Sem lugar de fala a hipocrisia

Se mesmo assim sou invisível

 Ensina a literatura ,afaste-se 

Mas isso não é possível 

Tem que alimentar o Network

subjetividade que arrepia

Vai que seja uma célula 

Pontalete da vulnerabilidade

É quando a dissimulação

Camufla as aspas

Se traveste de empatia 

Protege-se entre parentese 

a bolha da empáfia

Uma expressão do presente 

O que importa se é simpático 

 Se é empático ou boa gente

O sujeito fica no vácuo 

Na nuvem do oportunismo

Se for favorável, tira do armário 

Aquele Sorriso que adequa

sem validade na banca

Que constitui a vontade

Compulsiva pelo consumo 

Ocupação das banalidades

 que nunca sabe o que quer

Dobrou a esquina vira passado

Do descaso faz irrelevância

Melindre do tudo irrita

Se o cognitivo vira questão

“Portanto não me ligue

quando a chapa fica quente”

Há o cristão benevolente

Para ocasiões especiais

Salvo conduto se lhe der lucro 

Ser bem visto pelos entes 

Toda vênia diante do júri

a miséria lhe promove

Traz dividendos ao neoliberal

Exercita o preconceito

O princípio é ser indiferente

Em qualquer situação etc e tal

Tudo farinha da mesma doença

Mas olha com rabo de olho

O título de bondade 

Aversão aos sócios do ofício

A soberba não tem pares

Ostentam seus ócios

Cheio de sentimentos burguês  

Sem torcer o nariz 

Nas falácias da desculpa

 a bondade não tem base

A sociedade é compassiva 

Ver a tragédia das indiferenças

Envergonhar-se das emoções

Fraquejo do pseudo parça.

bandeira é a roda de interesses

SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 


COMPAIXAO PRESENTE

 


COMPAIXÃO PRESENTE 

E se Socorro grita a porta

Compaixão me abrace 

Vejo em ti o seu centro 

O vale da transformação 

Do assistido e o cuidador 

Em ato de evolução

o intuito, sem nada em troca

A soberania dos escolhidos

Nasce um em cada território

A força do braço amigo

Como um anjo predestinado

Sem o brinde a vaidade

 atropela a dignidade humana

 Colide com a transformação

Espontaneidade avassala

Junto dela se agarra

mão se estende sem alarde

No impulso sem custo 

E pausa toda engrenagem

No campo do desconforto 

Transcendendo o certo

O tato é o resgate do respeito

compaixão, parceiro do instinto 

o âmago da moral

Como diria Schopenhauer 

Mais pura ética dos justos

É uma dor que te pede 

E que vem do além 

Do corpo para fora,

Fora para dentro

Algum lugar em curso

Ocorre a dança das almas

Que penetra fundo sem porque

Avaria couraça, descola camadas 

Que desorienta o padrão

Vendo o outro como ele mesmo 

 respirações conduzem 

Junto ao impacto da agonia

Aos cantos das necessidades

É quando entende ser irmão 

humano para outro humano

Dá um reset nos sentidos

Sem diferença de castas 

Repulsas étnicas

Variantes identitárias 

A doação é horizontal 

O papo reto que omitem 

O alicerce é existir

A via de mão dupla

E ela absorve o silêncio

Ouvir preenche o necessário 

melodia que os olhos acalenta

Da a humanidade visão

dor e as essências se misturam

Psiu ! Império do ombro amigo.

No casebre da compaixão 

Não mora ostentação

Longe das pregações

a natureza realiza seu concerto

Junta pausa das emoções

E a cadência da conexão

Se semear faz a revolução

O olfato descreve o contexto

É o aroma novo da resenha 

Laço forte do pacato cidadão 

-conta comigo meu irmão.

 

SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 



quarta-feira, 23 de abril de 2025

REVELA-SE COMO PEDE

REVELA-SE COMO PEDE 

Porque diabos se repete?

Pergunta quando senta 

No banco da desilusão 

Por mais que a vida é cíclica 

Ha um ponteiro emperrado 

Que patina no mesmo lugar 

No relógio da dúvida 

É o dia da marmota 

Tragédias vividas 

Vira e mexe voltam

O que atrasa sua lida

Sobe despenca

Lastros de impaces 

As frustrações no amor 

Torpores e suas tratativas

Tantas lágrimas escorridas

Perde seus referenciais

Perversão dos cafajestes

Os fariseus da resistência 

Impelem a consciência 

Sabotando os humores

O que pedes não resolve

Se não alterar como sentes

cérebro coaduna com emoção

É como interpreta a inflexão

E o contraditório faz festa 

 a emoção e seus embrolhos 

E saem as remessas de ação

o que recicla amores ordinários 

Patrões indigestos 

E a traição de tantos parceiros

Como se escrito estivesse 

Idiota na testa.

Basta fazer o teste.

Desapegue do sofrimento

E os sonhos reconstrói 

Para que o novo renasce 

Sementes novas na floresta

Sua árvore florescerá

Isso se chama graça

a conecta com que importa

Virar a chave, engate a primeira

Receba o olhar que lhe flerta

Com o novo prisma do desejo

E afastará o salafrários 

Marombeiros e malafaias 

Perdoe amor traiçoeiro

Ou será eterno desconforto 

Com o seu senso de justiça

Encontre novas possibilidades 

E desconstrua velhos costumes

o coração guia a flecha de Ode

Como reza o arqueiro zen. 

E o destino se libertará 

Das correntes das mágoas 

De um passado fedegoso 

E saboreará o deleite,

e amar e ser amada 


SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 

 

PRESENTE NA JORNADA

PRESENTE NA JORNADA 

Pedi sabedoria na vida 

Surpreende-me com a forja 

Com conselho do fogo

Talha aspectos sensíveis 

Como espadas de batalhas

E o machado do arquétipo

Símbolos apontam propósitos 

E não consegue conceituar

Desequilíbrio das dualidades 

Ver Deus e o inferno 

de um profundo ateísmo

Suas valas e seus abismos

Para onde se deslocar?

Valores que norteiam mistérios 

Amores alimenta ilusões

Leva ao transe o ceticismo

Repetições são alertas 

Da crise sem visão 

Em sua estagnação 

Palpite não é empatia

Sagrado fala pelos sinais 

Estabelece as fases 

e vagueia as mentes vans 

Fisgado em meio às brumas

 os amores vem e se perdem

A memória é do espírito 

Submerge na consciência 

Em Águas profundas

Doce encantada e benta

Dar vida a intenção

De fora espiou pela janelinha

Estava perdido no tempo

Com o erro dos seus aceitos

Enquanto há sentidos 

Prontos a despertar 

Cá dentro.Templo do peito

 medo é mudança de rota 

Se é certo o que o destina?

Ou são delírios do instinto?

É a centelha da escolha

Se filtrar os ruídos 

Sem chamar os abismos 

Que emperram a porta

Odu os afastam

Para não desviar do caminho 

Múltiplas liturgias 

Respectivas doutrinas 

A dúvida que atina 

Nem sempre te explicam

São sumos do espírito

 o sincretismo ancestral

Fortalece as raízes

O conecta ao seu pleno

E é o primor da compaixão

Quando o ar habilita

Vento é movimento 

Canta com as árvores 

A mudança de estação

 ser a luz que ilumina a folha 

Brilho Expressará arte

Da Norte ao discernimento

Leve luz onde for

E a trilha sagrada 

Que herdara da mãe terra

Conhecerá o luto espiritual 

A perda que fortalece a alma 

Que a fé é alternativa 

O que faremos com as dúvidas?

É Ressignificar o dogma

Junto as rugas da experiência 

Aprendidas nas derrotas

Como ensina sua sina

Viraram totens 

no altar da Liberdade

Sentir-se presente na presença

Com as sutilidade que vibra

Conexões divinas 


SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 

terça-feira, 22 de abril de 2025

ISA DAS RENDAS


ISA DAS RENDAS 

gaiola dos abandonados 

Foi o nosso encontro 

Nós fora e ela dentro 

O amor faceiro rompe 

 grade do impedimento  

No charme do instinto

       ao fundo das expectativas

Surge um miado fininho 

 vinde entre as rendas 

Protegida da Sete Saias

Isa como uma brisa

 uma gata tempestuosa 

Cinquenta tons de gata

Em uma gata cinza

Dividir o espaço com a carteira 

na bolsa que a levou as compras

Era maior que o blush 

Cabeça de fora via curiosidade 

Sem passado nem futuro 

Nos ensinou o presente

A musa das manhas

Cada pose um flash 

Como régua do crescimento

Estou a seus cuidados 

compensa seus arranhados 

É o carinho bailado 

Desliza entre as pernas 

Como passo marcado

Com alma de caçadora 

Morde os pés e corre esconder

Mas o que foi inesperado 

Depois de eu estar operado 

Colocou-me a seus cuidados 

patas ao lados dos chinelos

Olhava fixos no esforço 

Observou até deminuto 

Raios e trovão 

Cadê a gata meu irmão? 

Ninguém esconde 

mais rápido que ela 

Tanto que não li na noite fria 

O gato preto de Edgar Alan Poe

Temia que tivesse pesadelo

amor exagera nos cuidados

Se me conhece sabe como sou

Nossa troca foi essa 

Em todas as trocas e pelos

Amassada de pãozinho 

Antes no peito agora avariado 

Amassado e nas coxas

Para deitar no colo

Tentar entender cada miau 

Com a semiótica onomatopaica 

Virou terapia ocupacional 

Parece saber yoga 

De tanto que se contorce 

Mas gosta de uma janela 

apelidamos de namoradeira

Quando ajoelho ao orixá 

Cá está a gata ao lado a rezar 

Deve ter algum combinado 

Lá com pessoal de Ayra 

Algo explica a devoção e fé 

Lado a lado

Na tristeza, alegria 

 pedaços de frango, porque não

Pai de gato também não!!!

Que é minha filha. Isso ela é !!

Desculpa termina a poesia 

Que está miando pedindo ração 

SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS

segunda-feira, 21 de abril de 2025

ABRAXAS LAPSOS

ABRAXAS LAPSOS 

 a dualidade se abraça 

No útero da cabaça 

a dança do chocalho 

Na intenção da utopia

 O afoxé do pleroma

Onde nada se separa

o sumo dos elementares

Tudo junto e misturado

Suas 365 esferas 

vácuo das possibilidades

O duplo da persona

Eros e thanatos

A luz e as trevas 

 revolucionário e o idiota

Entre o bem e o mal 

E seu além autoritário

“Deus e o diabo

 na Terra do Sol”

Libertário e o tabu

variantes e atenuantes

De quem serve quem 

Universo a humanidade

Lograra o rito ancestral

De natureza opostas 

Pois o que importa

São postas nas rotas

distintas que se atraem 

desejo e as pedras 

Jogadas e barragens 

Confrontadas no pêndulo 

de amuletos gravados 

E seus símbolos sagrados

Contra descaso com a vida 

É os princípios da misoginia

É a negação da origem 

Dá terra , mãe nossa

paradoxo do que se completam

Incondicional que se abraxas 

Na conexão dos plexos 

As esferas circulam o mito 

Eras que antecedem o conflito 

Surpreende que era previsível

Fustiga o pânico da alma 

Dos monstros modernos

Do inconsciente coletivo

Quando o tempo era criança

Florada encampa a oralidade 

Palavra cantada é herança

Recebida da minha avó 

Ouvida pelo meu neto

Chega ao neto dele

Oralidade que irriga 

A semente da liturgia

a poesia dos símbolos

Se encanta dos mistérios

Muito nos conta a estética

Pela melodia do enigmas

Gnose poesia da genética 

Percussão do tempo 

Em ritmos sincréticos

A flor de lótus 

Que Embeleza o pântano 

É a coroa de Nanã 

Faces da mesma moeda

Essa colcha de arquétipo

Completam-se em ser uno.

Na psique do olorum

Lemos um livro em chamas 

Que te chama ao mergulho

Reposicionando o mundo

Que pulsa dentro do peito 

SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 

 

sábado, 19 de abril de 2025

PRETA E PET PETINHA


PRETA E PET PETINHA 

 

A gata é a graça em Dó

a resenha dessa prosa

 com as ancas avariadas

Cambaleia o equilíbrio

Da gata, gatinha, gatosa 

Como chamam a amada

Com ela não me sinto só 

Felinas são anjos da guarda


De pé, ante’Ré 

Mímica minimalista

Destreza da linguagem

Brilho de criança animada

Brinca descontraída 

correndo pelos cômodos 

Esvoaçando os pelos pretos

Ressignifica a gata manhosa


Mia as ondas do Mi.

Desmonta a guarda 

Já nem sei quem sou 

Seu miado é o chamado 

onde a simplicidade fica

Até rancor ajuda a diluir 

Faz poesia do papel amassado 

Que o poeta jogou 


Roça as pernas em Fa

Como o pedido falado

Ronronar ao lado é par

Dorme até suspira

Já o poeta, inspira 

Fortalece a sintática 

Do pensamento miado

Semânticas onomatopaicas 


Barriga exposta em Sol

É o signo de elegância 

No peito o respeito a oxalá 

Como um echarpe natural

Alvinegra de luvas brancas

É a gata de Black tie 

Ou performance de Clown


O rabo é batuta de cá a Lá 

Fato do miado cantado

Atrai gatos trovadores

 Declamando no telhado

É difícil explicar a mágica 

a menina dos olhos chamam 

No formato de jabuticaba 

É cafuné para os humores


E tudo muda em Si

Basta a maestrina acordar

Sinfônica família

Na maluca harmonia

Regida pela gata de notas

Até a lágrima fica encantada

Esse amor é uma música 

Cuja partitura ela vai arranhar


SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 

 

sexta-feira, 18 de abril de 2025

JUDAS DE FORO PRIVILEGIADO


JUDAS DE FORO PRIVILEGIADO

Se sangue de Cristo tem poder

Ele deu sorte, aqui os glóbulos 

Excitados pela ganância 

 Agitada pelos neurônios 

Revela subserviência inerte 

Adultério moral está no sangue 

Também pudera o pobre coitado

Ingere uma salada de falácias 

Fábulas dos costumes 

 Produz Sangue de barata

e escorrem pelas calçadas

Hasteando bandeiras clássicas

Estrada dos justos 

Foram expelidas do mapa

Atrapalhava os rentistas

Deixam pontos soltos

Na soleira do meio-fio

O que fazem na noite sorrateira 

Com seu bornal de provimentos

Na tribuna do sem cabimento 

A paga de 30 moedas 

Por cada voto de confiança 

Sem conferir deita a urna

Rendido ao beijo na face

Eleitor pego pra Cristo 

No calvário do cinismo

Crucifica reputações

 desvirtua na lida da abundância

Já preço do sangue do Salvador 

Cotado na bolsa de dizimista

Judas moderno vende o estado

Quebra o cabo do martelo 

Mutilando sua soberania 

traição é a força motora propulsora do desespero

 slogan desse coletivo

 “Sem sapiência não há conflito”

ervas daninhas no campus

Impede produção de cultura 

comércio com bancas de drama 

Da paixão, ilusão e fome

Lucro certo com a demanda 

Pobreza é a lenha que queima na lareira dos oligarcas

escribas e anciãos congressistas dessa farsa 

São marionetes bem pagas

Não há reflexão pelos extremos

Espreme a dignidade alheia para os seus proveitos

 das emendas sagradas

Da linhagem de iscariote 

Traição corre nas veias 

Defendem massacres 

sem audiência com o demônio

O povo em risco de morte 

Precisa de um Cristo forte 

Porque seu sangue virou areia

cada bancada tem seu caifás 

Em conluio com os golpistas

Para eles tanto faz 

De qual via tem a desonra

Traição é tração do que desvia

Não há golpe sem pote de pratas.

Sem criar alvoroços nas praças 

O que faz a nação crucificada

SÉRGIO CUMINO

O CATADOR DE RESENHAS

 

quinta-feira, 17 de abril de 2025

AMOR PULVERIZOU


AMOR PULVERIZOU 

Paixão desvirtuada 

Como explosão da puberdade

Recorrente em temporada

Fogo que a deixa louca 

A mente destemperada

Versão moderna do mito 

Poção de Tristão e Isolda

Com tempo de validade

São sentimentos perecíveis 

Apodrecerão o fruto proibido

Cicatriz para a vida toda

Por vezes não fecha 

A mascara do encanto 

Mal entendido do frisson 

Procura reciclagem

Agora pena flutuante 

Passado que figura no retrato 

De uma história mal resolvida 

Após efeito da poção

Da viagem que não era pra ter volta 

Probabilidades que negava

O gato nem pardo será 

Já não se reconhece no outro 

Em troca do espaço do vazio 

Vácuo do desconhecido 

Para melhor descrição

 da sua fugaz fantasia 

Não saberá o que encontrar 

Melhor que a desilusão 

Cara metade que te reflete

Como o ego te descreve 

Desejo em procrastinação

A mudança fragiliza a porcelana 

A quebra das relações 

Para estancar a sangria 

No caixa do achados e perdidos 

Desejo a novas paixões 

Restringida sumariamente 

 A velhos paradigmas 

Amor ficará a deriva

Se continuar a amar espelho 

No mar dos desiludidos 

SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 

                             

EGO QUE ERA LEGO


EGO QUE ERA LEGO

A pantomima se desdobrava

Limite do proscênio 

Para validar as signos do ego

Que era um lego e não sabia 

Torna sombra contra luz

Cada elemento uma identidade

Adulterada como previsto

conforme conveniência

Da troca de cena

Roubada antes das noções

Discernimento e afeto

Métrica do justo e correto

De acordo com rendimentos

Como manda o figurino 

Subtexto forjado

Não Percebi a linha tênue

Entre desejo e objeto 

Que iludem na sala de espelho 

e cancelaram seu reflexo

Sobra performance do ego

Nem sempre convincente 

Por tanto que dê pro gasto 

Dos abutres intermitentes

E alternadas no espaço 

Igreja, trabalho e no poço 

Da razão e ilusão 

No vácuo atola hospedeiros

E respira os anseios

Construído pelo outro 

Com orgulho e respeito 

Enquanto abandona a si 

Personagem funcional 

Do teatro de mal gosto

Remediada a persona

 Realidade do contexto 

Um grande elenco de si

 dessa comédia dell'arte

E ninguém o reconhece 

Nas regras de validação 

Fora acertos a parte

Da alma corrupta 

A mente é tablado 

Arena de aprovação 

desaprova seus mérito 

Deboche aos valores

 Que renegam a conduta

A farsa atrai público 

Era da demência 

De território incerto 

Mal se vê por perto

Nesse insano sequestro 

Os signos no lugar vago

Para constituir pensamento 

E terceiriza os desejos 

Que pensa serem seus 

Até consciência arrendada

Cuja voz interna programada

Dissimula para que se iluda

Que pensamento seja na vida 

Prerrogativa própria 

A viver é papel em branco 

Da árvore do conhecimento 

E se colocar cerne do pecado 

Como ficção que lhe inspirou 

O mal entendido desperta amor

Brilho que reflete nos olhos

Cenoura que puxa ego

 Turbulência volátil 

Serão folhas secas 

Que um dia foi flor

Crise é espelho sem aço 

Luz que desce em pino 

No Íntimo da personagem 

SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 

                                     

quarta-feira, 16 de abril de 2025

SAGA DO ZÉ PINGUELA

SAGA DO ZÉ PINGUELA 

Resta saber o que lhe resta

Sobrou mais nada

Na curva dos restos

Nada se aproveita

Sentido ferido

 no mundo de abjetos

Entorno do Zé ninguém 

Segue deveras aturdido

cabisbaixo cruza viela

 cascalho de pedestre

Papo reto sem prosa

Vê se encontra rastro 

Da desnorteada razão

Vagava na quebrada,

Na baixada, na favela

Passa pela roda dos parça

Pede fogo para o enrolado

Sem coragem que te leva

Sem combustão, de pele seca

Zé areia e da tapa na pedra

Dessa lida de estiagem

De um Zé qualquer 

Doutrina como regra

Vigor da distopia 

Como o sonho se perdeu na enxurrada ?

Miséria do tudo ou nada

Recicla a sorte

Sem bem me quer

No descarte de dejetos 

Lembrar estressa a goela

Da uma parada, abastecer ilusão

Pede dois dedos da amarga

Para ludibriar o desgosto

Dizem ser falta de Deus

É que é difícil enxergar

A saga do Ze Roela

Onde realidade é ponto cego

Lua não reflete na fossa aberta 

Contanto que as pernas

Não Desequilibra na pinguela

Se pecado, adianta- o perdão

Hoje tomará outro tanto

Que era a parte do santo

Que já teve devoção

Antes do último inverno 

Bebe a existência ausente,

a encruzilhada triste e torta

Ante sala do purgatório 

Tenso, com direito a cruz credo

 Quando será último prego?

Mãos ásperas arranham o copo

Cimenta a rústica digital

Que já não o reconhece 

Virou sobra de território 

Tormenta desce queimando

Homeopática pá de cal.

SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS